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Resenha: Velta – Nova Identidade Paraibana
Por Eloyr Pacheco
09/01/2008

Antes de mais nada, confesso minha dificuldade em resenhar uma edição produzida por Emir Ribeiro (que eu já publiquei na revista Metal Pesado) e estrelada por uma das personagens mais queridas (inclusive por mim) da HQB. Mas eu me comprometi com Emir de tecer minhas opiniões sobre seu trabalho e ele está à espera destes comentários, por isso, embora eu prometa não fazer rasgação de seda, devo registrar aqui minha admiração pelo trabalho deste quadrinhista, não só pela suas criações, mas também pela sua obstinação e persistência. Na medida do possível (embora depois da confissão acima fique difícil acreditar) pode esperar, leitor, uma crítica isenta.

Na entrevista que fiz com Emir (leia aqui) eu o questionei sobre o álbum Velta – Nova Identidade Paraibana concluir uma HQ que se iniciou em 25 Anos de Velta, lançado em 1998, e que continuou em 30 Anos de Velta, publicado pela Opera Graphica Editora em 2003. Emir respondeu com sensatez. Depois, refletindo a respeito cheguei à conclusão de que ele está certo. Primeiro, por não poder agradar a todos. E, segundo, por estar atuando num mercado que ainda não está consolidado, principalmente em se tratando de produção independente nacional. Infelizmente o meio editorial independente não tem condições de manter títulos regulares nas bancas e livrarias. Não quero aqui discutir o papel das editoras neste processo porque o meio independente está se organizando e trabalhando muito para buscar um enraizamento saudável. Muito antes do atual movimento independente, Emir já estava lá. Levantando a bandeira, debatendo, publicando em jornais e lançando seus fanzines e isso merece aplauso e respeito. Emir, você está certo! Depois de reunir os três álbuns e ler as HQs pensei nos fãs que devem ter delirado, mesmo esperando cinco anos entre uma história ou outra, em poder acompanhar a aventura especialmente em edições tão caprichadas. Parabéns!

A história A Ilha na Esquina do Tempo cumpre seu papel. É muito estimulante ver o que a personagem tem a oferecer e a ansiedade do seu criador em torná-la, embora ela tenha superpoderes, cada vez mais plausível e humana. Lembro-me do Super-Homem do Alan Moore. Se ele pôde fazer o que fez com o Homem de Aço, por que você não pode fazer o mesmo com a sua Velta? Também é perturbador (no bom sentido da palavra) ver como Emir busca as fundações para uma base sólida para as suas aventuras. Minhas críticas vão para a impressão. Infelizmente a gráfica não fez um bom trabalho de impressão. E, pelo menos a edição que tenho em mãos, não tem um registro perfeito das páginas internas e também no mesmo exemplar há mudança na densidade do papel do miolo, algumas páginas parecem ser couché 90 gramas e outras 120 gramas. O letreiramento está com o preto “calçado” (formado pelas quatro cores) e isso também acabou por tirá-lo do registro. Sempre procurei, na medida do possível, deixar o texto somente no “k” (definição do fotolito destinado à impressão do preto).

Nas páginas finais da edição, Emir apresenta aos leitores os pontos turísticos de João Pessoa. Uma ótima idéia. Sugiro aos leitores que não têm os álbuns 25 Anos de Velta e 30 Anos de Velta que os adquiram e os guardem juntos. Eles merecem um espaço especial na sua coleção, assim como ganharam um na minha, não só pela qualidade das histórias e dos desenhos, mas, principalmente, porque não é qualquer personagem nacional que completa 35 anos na ativa como a linda Velta. Ainda quero ver a Velta cinqüentona!

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