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Por Antonio Luiz Ribeiro 22/05/2011
Mas o primeiro super-herói brasileiro surgiu, na verdade, nos anos 50 e não nos quadrinhos, mas na televisão. Tratava-se do "Capitão Sete", que nasceu na TV Record de São Paulo (não confundir com a Record atual) e foi exibido ao vivo pela primeira vez em 1954. Foi criado pelo ator e boxeador Ayres Campos, que também o interpretava. No início, o Capitão não era um super-herói como conhecemos. Fazia mais um tipo "Flash Gordon", que foi evoluindo a cada episódio. A princípio, o personagem não voava, usava só espadas e pistolas de raios. O Capitão tinha como assistente a então garota-propaganda da Record, Idalia de Oliveira. Contava com sua nave, onde observava as atitudes dos demais humanos na Terra. Quando encontrava alguém em apuros, descia da nave, vestia seu capacete e sua inconfundível roupa, com um "sete" atravessado por um relâmpago no peitoral. O número sete era por causa do canal. Assim, todos associavam o Capitão Sete, como o "herói da Record", "herói do 7". A origem do herói remonta sua infância, numa cidade do interior paulista, quando sua família ajudou um alien que, em troca, cuidou da educação do pequeno Carlos em seu planeta de origem.
Ayres Campos era um ator com visão empresarial, semelhante a Maurício de Souza. Patenteou o personagem, licenciou-o para vários produtos e arranjou como patrocinador o leite Vigor. A próxima etapa seria transformar o Capitão em herói de gibi. Licenciou o personagem para a editora Continental. A adaptação ficou a cargo do diretor artístico da editora, Jayme Cortez. Este, ao que parece, se preocupou mais em dar vida e conteúdo ao personagem do que o próprio criador, pois a única e exclusiva preocupação de Campos era ganhar muito dinheiro com seu personagem, seja através da TV ou da fábrica de uniformes do herói. E deu certo, pois o ator-empresário ficou rico. Foi Jayme Cortez que transformou Capitão Sete num herói voador e, junto com seu grupo de desenhistas, bolou as histórias - todas quase sempre com texto final do redator Hélio Porto. A origem do Capitão foi apresentada no no. 1 (1959), desenhada por um jovem Júlio Shimamoto. Os desenhistas eram Getulio Delphim, Juarez Odilon, Osvaldo Talo, Sérgio Lima e Jitahi. Já na equipe de roteiristas encontravam-se o mestre Gedeone Malagola, Helena Fonseca e Hélio Porto.
O gibi durou até 1964, com cerca de 60 números. Nos anos 80, a editora Grafipar, de Curitiba, tentou revitalizar o Raio Negro. Se desse certo, outros heróis certamente também seriam revividos, entre eles, quem sabe, o Capitão. Infelizmente, o revival do Raio Negro fracassou, devido às dificuldades financeiras da editora (recessão dos anos 80) e sua consequente quebra. |
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