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Por Matheus Moura 18/01/2007
Em Panorama do Inferno, a trama é sobre um pintor excêntrico que usa seu próprio sangue como tinta e o Inferno como inspiração, pintando retratos deste. Durante os 13 retratos apresentados pelo pintor anônimo há a história de sua família, passando por seus filhos, esposa, irmãos e pai. Cada conto/capítulo é mais bizarro que outro, isso valeu para seus protagonistas também. A trama chega a ser simples, porém a sua construção é bem feita e fluida, apesar de que, em alguns momentos, certos ocorridos parecerem forçados. O uso de meta-linguagem é interessante e bem pensado; um exemplo é quando o pintor comenta sobre a preferência de leitura de sua nada convencional filha, mangás de um estranho autor, Hideshi Hino. Os traços são simples, bem simples mesmo, destoando muito dos "padrões mangás" (nesse padrão levo em consideração os títulos feitos para o público adulto, que geralmente são mais detalhados, melhor desenhados), em alguns momentos chegam até a parecerem infantis. Entretanto, por várias vezes senti uma forte referência ao pintor Edvard Munch e seu quadro O Grito no tocante à expressão dos mortos: o olhar de desespero proporcionado pelos artistas, tanto de O Grito quanto do mangá, é muito similar. No aspecto físico do material, a Conrad vem trabalhando com maestria em alguns (Battle Royale é um exemplo) e com aparente descaso com outros. Descaso digo quando uma revista não pode ser aberta e páginas se soltam; chega a ser irritante. Fora isso, há algumas ilustrações dando continuidade aos desenhos da capa no início da revista, desenhos mais elaborados que transmitem bem o clima infernal da obra, um poema chamado Ó Inferno de Shinye Antsu figura logo após o sumário; ao final há dois textos, um não assinado, provavelmente escrito pelo editor a respeito do próprio autor e outro escrito pelo mesmo a respeito de sua obra e datado de julho de 2000 - este entra no álbum como “Posfácio”. Panorama do Inferno figura juntamente com as obras de Suehiro Maruo (Vampiro que Ri, Sorriso do Vampiro e Ero-Guro, todos lançados pela Conrad) como bizarro e escatológico, destinado a amantes (ou não) de climas tensos do mais puro terror. |
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