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Resenha: O Espantalho e seu criado
Por Cadorno Teles
22/04/2009

Quando citamos o nome de Philip Pullman, notamos o impacto que suas narrativas tem em seus leitores. Criador da trilogia Fronteiras do Universo (A Bússola de Ouro, A Faca Sutil e A Luneta Âmbar), Pullman criou uma fantasia clássica, dinâmica, que aborda e discute temas conflitantes, como é o caso da Religião, colocada na trilogia como um mal, numa leitura crítica que marcou e continuará marcando gerações. Agora, com O Espantalho e seu Criado (The Scarecrow and his Servant, tradução de Daniel Estill, Objetiva, 220 págs., R$ 29,90), publicado originalmente em 2004 e que chegou recentemente ao Brasil, o aclamado autor cria um moderno conto de fadas, onde mistura numa divertida narrativa O Mágico de Oz com Dom Quixote de Cervantes.

A história apresenta um espantalho que ganha vida após ser atingido por um raio e decide ganhar a vida, embarcando numa jornada, cheia de aventuras, ao lado do esperto garoto Jack. O convite que o espantalho faz ao jovem é de uma simplicidade cômica, que seria difícil o jovem não aceitar participar de uma viagem com tão incrível mestre. Assim, o excêntrico, para não dizer acerebrado, parte para suas pândegas aventuras, cheias de escaramuças, piratas, e até um tesouro perdido. Com a principal missão de ter uma vida de glórias e emoções nunca sentitas antes, os dois tentarão aprender a viver e achar um lugar para escapar das garras da terrível família Buffaloni, os vilões da história. O quixotesco Espantalho procura encontrar a sua tão sonhada terra, um lugar chamado Spring Valley, gravado no coração do Espantalho... o lugar ao qual ele pertence, seu verdadeiro lar.

O clímax da história está no momento em que o vilão leva ao tribunal a liberdade do nobre Espantalho, querendo privá-lo de sua tão sonhada terra. É aqui que teremos o excepcional talento de Pullman para ser apreciado, neste capitulo que emociona e alegra, sem esquecer de como é hilário, cabendo a Jack, o bom criado, salvá-lo com sua imaginação e inteligência. As ilustrações do “cabeça de nabo” são responsabilidade de Peter Bailey e, ao longo das páginas, ajudam muito a ver as engraçadas cenas que o Espantalho e Jack vivem.

Vale lembrar que não comparem a linguagem da trilogia, com suas complexidades, com a narrativa do Espantalho e seu Criado, uma fábula, um conto de fadas construído para as crianças de hoje e para os adultos, numa inteligente e evasiva história para se deleitarem numa tardinha. Uma leitura que com toda certeza agradará crianças e adultos. Já clássico pelo seus personagens.

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