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Resenha: Devorador de Almas
Por Cadorno Teles
14/04/2008

Uma jornada forçada ao agreste gelado... em busca de seu melhor amigo... o encontro esperado com seus maiores inimigos

A saga Crônicas das Terras Antigas, escrita pela inglesa Michelle Paver, chega ao terceiro volume e continua mostrando com perfeição como era a vida há seis mil anos, no período conhecido como paleolítico, antes do cultivo da terra e da agricultura, quando o homem vivia nômade e unido à natureza. Em Devorador de Almas (Soul Eater, tradução de Domingos Demasi, Rocco, 280 páginas, R$ 34,50), Torak, o protagonista da série, depois do confronto com o urso que matou seu pai e ameaçava toda a vida na floresta em Irmão Lobo e encontrar a cura de uma doença terrível em Espírito Errante, agora encontrará seus maiores inimigos, os Devoradores de Alma; não somente um, mas quatro desses feiticeiros que desejam controlar o poder de uma gema mágica e todas as terras dos clãs.

A história tem início no inverno, quando Torak, Renn, sua amiga de clã e Lobo estão caçando. Tudo parece normal, até que o adolescente encontra uma pena de coruja, sinal de mau agouro. De repente, Lobo corre em disparada, seguindo um cheiro diferente, e curioso por uma nova presa, desaparece na mata. Os dois jovens seguem o amigo lupino, mas não encontram seu sinal e logo descobrem que ele foi capturado por desconhecidos e levado em direção ao extremo norte. Decidem continuar a busca por Lobo e não voltar para o clã do corvo até encontrar o amigo-irmão. E partem em rumo a uma jornada forçada e desconhecida às terras geladas do norte, onde terão contato com o clã da raposa branca.

Entretanto, a dupla desconhece que Lobo caiu em uma armadilha dos Devoradores de Alma, que querem capturar os animais caçadores para um sacrifício e obterem o poder perante toda a natureza e as tribos. Será que Torak conseguirá salvar o amigo e ao mesmo tempo impedir o plano maléfico dos seus inimigos, além de conseguir sobreviver ante as nevascas terríveis e a ameaça de um urso-branco? Michelle criou um mundo mágico, muito mais realista do que outras séries que temos nas livrarias, em que o bem e o mal estão constantemente em guerra, e em um ângulo muito mais inteligente de uma velha história tão significativa como eterna.

As questões da relação simbiótica e contraditória sobre a natureza e a cultura e as raízes da religião são impecáveis. Hábil em compor a ação que envolve os três amigos - Torak, Renn e Lobo – e a evolução dos mesmos, a autora amadurece seus personagens ante o suspense dessas experiências angustiantes pelas quais eles passam. Com uma linguagem simples e divertida, consegue capturar os trejeitos e a paisagem de eras atrás, como também a visão antropomórfica do lobo – como, por exemplo, ao chamar Torak de Alto sem rabo. Fascinante, esse terceiro tomo chega a ser muito mais emblemático dos que os outros dois.

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