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Resenha: 7 Vidas
Por Matheus Moura
01/10/2009

Poucas expressões artísticas dão a oportunidade para o desenvolvimento de duplas criativas como os Quadrinhos. E acaba que a formação dessas grandes duplas (roteirista e desenhista) se torna uma boa tanto para os criadores quanto para os leitores. Atualmente, no Brasil, uma parceria que anda dando muito certo é entre André Diniz e Antonio Eder. Além do trabalho em conjunto, outro aspecto que corrobora para o bom desenvolvimento da dupla é terem uma casa fixa para os acolher, no caso a Conrad Editora.

E por essa mesma editora recentemente foi publicado o último trabalho dos dois: 7 Vidas (128 págs., formato 16 x 23 cm, R$ 26,00). A história de 7 Vidas é bem o que o título indica. Ela versa sobre sete vidas diferentes do roteirista, André Diniz. Todas essas vidas foram conhecidas por meio de regressão hipnótica. André, entre 2003 e 2005, passou por várias sessões de regressão. Grande parte delas narradas em detalhes no livro. No meio das vidas passadas do autor, ele abre as portas para que o leitor possa conhecer um pouco de sua vida particular atual – seria uma oitava vida no livro. Ficamos, assim, conhecendo um pouco sobre seu cotidiano, infância, dramas e relação familiar – mesmo que superficialmente.

Quanto às sessões, propriamente ditas, é interessante podermos conhecer e entender todo o método empregado em uma regressão. Desde à sugestão hipnótica quanto aos efeitos posteriores (o retorno involuntário das memórias da infância, por exemplo) são descritos. A técnica narrativa, isso é, o ritmo da história é muito bem empregado por André, que consegue amarrar cada uma das sessões ao seu próprio cotidiano sem fazer que isso se torne monótono ou desproposital. Os desenhos de Antonio Eder dão um clima todo especial a HQ. Eles impõe uma característica descontraída e até mesmo leve às cenas mais macabras, como quando André é queimado vivo. Os traços de Eder apesar de parecerem simples e caricatos, possuem uma riqueza de detalhes impressionantes. Ele ainda impõem boas soluções narrativas a passagens de tempo e faz com que cenas e momentos distintos não sejam misturados.

Sem contar as próprias regressões, outros pontos interessantes na obra é poder acompanhar as descobertas de André. Um bom exemplo disso é quando ele, após ter visto em uma de suas vidas uma casa sem teto, pesquisar e descobrir que isso realmente existe em uma parte do Peru. Fatos como esses levantam, no mínimo, uma dúvida no mais cético dos leitores: será que esse negócio de vidas passadas existe mesmo? Se depender do que vemos em 7 Vidas, sim. Basta agora cada um tirar suas próprias conclusões e, se possível, ter experiências similares. Recomendado.

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