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Resenha: Revista Lorde Kramus #1
Por Eloyr Pacheco
07/12/2007

Os fãs de Lorde Kramus tiveram uma grata surpresa neste mês: o lançamento da revista Lorde Kramus #1 (já noticiada aqui). Enquanto era anunciado o lançamento do fanzine Lorde Kramus #9 (saiba mais aqui), também era divulgado o lançamento da revista Lorde Kramus #1. Gil Mendes, o criador do personagem e editor das publicações mencionadas, se precipitou? Acredito que não. Gil sabe bem o que está fazendo. O quadrinhista abriu espaço para experimentações no fanzine e também para colaboradores que desejem apresentar suas criações e HQs e, ao mesmo tempo, apresenta seu trabalho (já experimentado e maduro) na revista.

Lorde Kramus #1 tem como maior atrativo, além do personagem que já se tornou conhecido no meio independente através de seu fanzine e da Internet, a arte simplesmente deslumbrante de Hélcio Rogério. Seu traço, claramente inspirado pelo mestre John Buscema (um dos maiores desenhistas de Conan, o Bárbaro), é firme e rebuscado, mas não a ponto de tornar a cena confusa. Rogério usa muito bem as hachuras e a luz e sombra. É um artista detalhista, caprichoso. Sua narrativa gráfica é ótima. Enfim, ao meu ver um artista completo que se estabelece de forma profissional no meio independente nacional. O roteiro da edição #1 pode ser considerado “didático”, mas isso não tira a emoção e o suspense da aventura. Embora muito bem narrado e extremamente bem arquitetado, Gil Mendes optou com contar a história de Kramus de forma cronológica. Neste número, entre outros fatos, vemos o nascimento de Kramus Dhemus, a morte de Khamila (sua mãe) e de Krausus-Khan-Dhemus (seu pai) pelos Gragons. Tudo o que os leitores sabiam sobre Kramus agora poderão ver e acompanhar nesta publicação.

A edição é caprichada. As cores da capa, realizadas por Samuel Bono, ficaram muito boas. Tem uma pequena apresentação na segunda capa, expediente na terceira capa, biografia de Hélcio Rogério e Gil Mendes (pág. 16) e ainda sobrou espaço para mais uma bela ilustração em preto e branco de Rogério (pág. 17), que já havia sido capa do zine Lorde Kramus #7, e outra em cores de Cortizo na 4ª capa, que também já havia sido capa da edição #4 do fanzine. O logotipo da edição está misturado demais com a arte e perdeu o destaque que deveria ter, assim como a chamada da capa, que mesclou muito com o fundo. A numeração das páginas está exagerada, poderia ser colocada com fonte menor. Não sei qual gráfica foi utilizada, talvez por ter menos recursos isso não foi possível, mas as ilustrações das páginas 3, 17 e 18 “pediam” para ser sangradas, termo utilizado quando uma imagem ultrapassa o refile da borda da página. O papel utilizado para a impressão é bom, mas o da capa poderia ter uma gramatura maior.

Resumindo, a revista Lorde Kramus #1 é surpreendente: tem boa produção editorial, bom acabamento gráfico, bom roteiro e ótima arte. Torço sinceramente para que haja espaço para o fanzine e para a revista e que Gil Mendes e sua equipe continua nos brindando com ótimas publicações. É de revistas assim que o mercado nacional de Quadrinhos Independentes necessita para cada vez mais se enraizar e se estabelecer como parte do mercado editorial brasileiro. Parabéns, Gil. Parabéns, Hélcio.

 Veja também:

Preview: revista Lorde Kramus #1

Preview: Lorde Kramus #9

Lançamento: Lorde Kramus #8

Lançamento: Lorde Kramus #7

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