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Resenha: Todo Mundo Senta
Por JP Andrade
13/02/2007

Já parou para pensar em como você senta diariamente? Cuidado! Você pode estar sendo observado, porque se não presta atenção nesse pequeno detalhe, o senhor Marlon Tenório presta por você.

No fanzine Todo Mundo Senta (28 págs., formato 10,4 x 14,8 cm, miolo em preto e branco e capa amarela, R$ 2,00), Tenório mostra através de traços rápidos e simples a forma como cidadãos paulistanos sentam, isso mesmo, do verbo sentar, nos locais mais comuns possíveis dessa metrópole. Lugares como metrô, Centro Cultural São Paulo e consultórios médicos. O motivo desse trabalho o autor explica logo na primeira página, uma das únicas com texto. “A caminho do trabalho, tomando um café da cidade, ou na fila de uma sala de cinema, procurei registrar o momento – em meio a uma dança de braços e pernas que se cruzavam e descruzavam sem pedir licença – e fixar o charme, o desleixo, a austeridade, a maneira singular de cada pessoa sentar”.

Supostamente eu "sentado" no metrô

São, ao todo, dezoito cenas de pessoas sentadas, uma mais hilária que a outra, todas legendadas com o local e a data de quando foram feitas. Além disso, acredito que fui infelizmente desenhado na imagem que consta do dia 08 de setembro de 2006, no metrô. Se duvidar até você leitor está lá, portanto vale a pena verificar. Na segunda metade deste fanzine em tamanho pocket, Tenório apresenta os verdadeiros motivos que levaram os personagens do poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade, a fazer o que fizeram. Para quem não se recorda, o poema segue abaixo:

“João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.”

É uma pena que o autor tenha decidido fazer desta uma tiragem única, de apenas trinta exemplares, vendida no Prêmio Angelo Agostini. Mas quem sabe se você encher muito sua paciência ele não lhe disponibiliza um. Não custa tentar.

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