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Resenha: Minha Vida, de Robert Crumb
Por Tiago Souza
16/12/2005

Robert Crumb talvez seja o maior expoente do Quadrinho Underground da década de 1960 nos Estados Unidos. Em Minha Vida, novo lançamento da Conrad Editora, o autor traz detalhes sobre sua vida, partindo da sua infância na cidade da Filadélfia até suas experiências psicodélicas com os hippies de São Francisco.

No álbum de luxo, com 136 páginas no formato 21,5 x 27,5cm, Crumb "relembra" boas histórias, mas sem seus personagens mais "carismáticos" como Fritz, the Cat e Mr. Natural, e, sim, com o que talvez seja a sua melhor criação, ele mesmo.

São diversos quadrinhos que se revezam com textos sobre sua vida. O mais interessante é que ele conversa naturalmente trazendo à tona diversos tons de humor e paranóia, criando até uma possível conspiração de pessoas usando cobaias para testes com LSD. Ele detalha momentos de loucura com as drogas e histórias puramente filosóficas, incluindo uma discussão sobre religião com um fanático. E, o melhor, tudo mostrado sem qualquer tipo de censura.

Crumb volta a utilizar a fórmula que o levou ao sucesso: rock, blues, humor negro, crítica política e, claro, sua marca registrada, mulheres fortes de pernas e bundas enormes. A evolução de seu traço, levando-se em conta que as histórias começam a ser datadas a partir de 1969, ocorre de página a página. Mesmo fato que acontece em sua vida, começando como um tímido cidadão americano de uma pacata cidade, que desenhava Quadrinhos de Bronco, o Panda quando criança e que sofre com os movimentos de sua época, até o momento em que decide formar uma família e ter uma filha, bem estranha, é bom que se diga.

Minha Vida, o oitavo lançamento de Crumb pela Conrad, pode não ser o melhor deles, mas é o principal, pois é o que mostra como e onde tudo começou.

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