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Resenha: Morango e Chocolate
Por Matheus Moura
24/10/2008

Morango e Chocolate... uma mistura que pode ser bastante gostosa, ou não, dependendo de como é feita. No caso, o livro da francesa Aurelia Aurita mostra as duas faces de um Morango e Chocolate. Só lendo para saber, pois não irei estragar essa surpresa. O álbum foi publicado no ano passado pela editora Casa 21, possui 144 páginas,formato de 15 x 21 cm e é vendido ao preço de R$ 20,00.

A narrativa é feita em tom de diário, como em Mas ele diz que me ama (Rosalind B. Penfold, publicado no Brasil pela Ediouro) e Persépolis (Marjane Satrapi, Cia das Letras). Assim como os dois livros citados, Morango é escrito e desenhado por uma mulher, é feito com traços simples e de maneira autobiográfica. Aurita expõe um período de sua vida que, ao contrário de Rosalind, é uma fase feliz. Esta fase é um românce com Frédéric Boilet, o autor de Quadrinhos também autobiográficos, ou Novelle Mangás como O Espinafre de Yukiko e Garotas de Tokyo (ambos pela Conrad).

Na introdução feita em HQ com traços pra lá de infantis de Joann Sfan – um amigo do casal – é comentado que Frédéric finalmente tornou-se um personagem. E é isso mesmo que vemos aqui. Toda a trama é narrada pela visão de Aurita, de uma forma estranhamente feminina (aos olhos masculinos) que chega a incomodar em determinados momentos. Mas é ótimo podermos nos aprofundar na maneira de pensar das mulheres, suas inseguranças, seus medos, seus desejos sem preconceitos, sem machismos, sem achismos.

Tudo começa com a autora indo ao encontro de Boilet no Japão para participar de uma coletânea de HQ franco-nipônica. Antes disso os dois já trocavam cartas amorosas há um tempo. Ao chegar lá, os dois já sabiam no que iria dar. Resultado: algumas semanas de puro sexo e prazer. Terminado esse pequeno período, Aurelia volta à França. Lá ela não consegue ficar sem Boilet e assim vai mais uma vez ao Japão. Em Tóquio eles retomam a maratona sexual a que se impõem. Durante esse segunda parte, o relacionamento dos dois é estreitado, eles se conhecem melhor e a autora se expõe mais e mais ao leitor.

Como dito acima, os traços são bem simples, simples mesmo. Em alguns momentos parecem esboços inacabados, em outros tornam-se mais rebuscados, com maior grau de detalhamento, mas no geral são bem simples mesmo. Essa simplicidade acaba por marcar o trabalho, dando singularidade artística à obra. Morango e Chocolate é feito para àqueles que adoram ler uma boa história. Principalmente quando é feita com personagens humanos, mas humanos no sentido das vontades e sentimenos. Sem uma preocupação com superpoderes e coisas do além, apenas o dia-a-dia. Recomendadíssimo.

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