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Os Dez Melhores Quadrinhos para Edgar Smaniotto
Por Marcio Baraldi
07/02/2011

Como eu ando farto de tanta confusão por causa dessa bendita porta do Bigorna, resolvi deixá-la aberta. Aliás, mais do que as portas materiais, resolvi fazer como Aldous Huxley, e deixar as portas da percepção totalmente destravadas e sintonizadas com o Universo. Sendo assim, peguei os Sartres e Nietzches da estante, acendi aquela erva que o Castañeda falou, botei aquele velho CD da Enya pra tocar, sentei aqui no tatame na posição do lótus e tasquei a meditar e filosofar sobre as idiossincrasias tonitruantes de nossa indevassável e obtusa existência. Já estava eu quase no nível alfa de meditação, me aproximando da consciência cósmica, quando vejo um ser de elevado padrão vibratório em minha frente. Era o filósofo especializado em Quadrinhos, Edgar Smaniotto, que calma e pausadamente começou a discorrer sobre filosofia e existencialismo num tom hipnótico. Foi quando minha consciência desceu ao nível delta e perdi contato com a realidade terrena. Quando despertei, havia uma lista de dez gibis sobre o tapete indiano, mas em compensação minha erva havia desaparecido. "Putaquepariu!!!" pensei! "Não deixou nem uma bituca pra eu terminar a meditação, droga!!!".

Os Dez Melhores Quadrinhos de Todos os Tempos
Por Edgar Smaniotto

1 – Tex - G. L. Bonelli
Tex é um personagem espetacular, e até onde sei é a publicação de faroeste mais duradoura e vendida do mundo! E é italiana, criação do memorável roteirista Gian Luigi Bonelli. Como toda revista seriada, com longa duração, Tex tem ótimas histórias, e outras medianas, mas dificilmente temos histórias ou arte realmente ruim, como acontece nos comics, basta abrir qualquer Tex e se deliciar com imagens e roteiros absolutamente fantásticos. No Brasil é um clássico, tanto que sua numeração, hoje chegando ao número quinhentos, nunca foi interrompida, mesmo a revista tendo passado por três editoras. Lembro que quando adolescente, ao ir comprar uma HQ de férias ou almanaques, sempre escolhia um Tex. Pois enquanto muitas editoras publicavam edições de férias com vinte ou trinta páginas a mais que uma revista normal, os Tex de férias sempre tinham umas trezentas ou até quatrocentas páginas. Aquilo sim era uma HQ pra ler durante as férias inteiras (risos)!

2 - Mágico Vento - Gianfranco Manfredi
Criação de Manfredi, é um faroeste bastante incomum, pois mesmo lidando com o sobrenatural, é uma das HQs mais realistas que já li. O personagem principal é um homem branco, Ned Ellis, que se torna xamã entre os Sioux, no mesmo período da Guerra das Planícies, em que os nativos americanos do norte foram quase exterminados. Mágico Vento tem um amigo jornalista, Poe, homenagem ao famoso escritor, Edgar Alan Poe, que dá um toque todo especial as narrativas, que geralmente são de três tipos: Histórias Sobrenaturais: em que Mágico Vento se vê as voltas com alguma criatura mística do conhecimento tradicional dos povos nativo americanos; Histórias de Espionagem, ou Políticas: aqui o destaque maior é o jornalista Poe, mas Mágico Vento se sai muito bem entre as intrigas políticas e sociedades secretas. Histórias de Guerra: geralmente uma narrativa que envolve ficção e história, a fim de inserir os personagens em guerras reais entre o governo norte-americano e os nativo americanos. Cada episódio é elaborado com base em uma rigorosíssima documentação, seja no que tange à época, aos costumes, aos ambientes, às circunstâncias e aos personagens históricos reais.

3 - Júlia, Aventuras de uma Criminóloga - Giancarlo Berardi
Uma frágil professora universitária, Júlia Kendall, baseada nas feições de Audrey Hepburn, ajuda a polícia de Garden City a solucionar os mais terríveis e surpreendentes crimes. Para tanto ela conta apenas com seus incríveis dotes de investigadora e todo um manancial de conhecimentos vindos da antropologia, psicologia, medicina, direito e etc.

4 - Dylan Dog - Tiziano Sclavi
Dylan Dog é o detetive do pesadelo, ele e seu inseparável companheiro, Groucho, homenagem ao comediante, Groucho Marx, estão sempre envolvidos com os mais endiabrados problemas com o paranormal. Cético por natureza, em um hilariante diálogo com o próprio diabo, Dylan diz que apesar de estar ali no suposto inferno, ainda não levava muita fé no tinhoso. A dose certa entre terror, humor e investigação paranormal tornam cada história de Dylan Dog uma experiência única. Ainda me lembro, quando recém casado, dizia a minha esposa que ia ler um quadrinho de terror, e ela se surpreendia com minhas gargalhadas (risos).

5 - Artlectos e Pós-humanos - Edgar Franco
É a revista que reúne histórias do universo Aurora Pós-Humana ou Aurora Biocibertecnológica, do artista multimídia brasileiro Edgar Franco. A Aurora se passa em um futuro no qual a tecnologia humana possibilitou avanços fantásticos no campo da genética, robótica, inteligência artificial e outras ciências correlatas. Cada HQ de Edgar Franco pode provocar nos leitores um verdadeiro êxtase estético, metafísico e epistêmico!

6 - Revistas Mestres do Terror & Calafrio - Rodolfo Zalla e convidados
Estas revistas traziam uma variedade enorme de histórias de terror, e os primeiros artigos que li sobre histórias em quadrinhos. Ali de certa forma nascia meu futuro interesse de escrever sobre quadrinhos. Estas revistas traziam histórias bem macabras que eu lia na pré-adolescência. O curioso é que certa vez indo para a cidade de Aparecida do Norte (interior de SP) com minha mãe comprei um  dois pacotes desta revista, que acabaram sendo benzidas pelo Padre, já que tinha colocada na bolsa em que tinha outros itens que minha mãe queria benzer (risos). Até hoje guardo com muito carinho minhas revistas e sempre releio aqueles maravilhosos artigos e histórias.

7 – Planetary - Warren Ellis e John Cassady
O século XIX  deu início ao que hoje conhecemos como literatura popular (ficção científica e literatura policial por exemplo), o XX introduziu a literatura Pulp em geral, o cinema de aventura e as histórias em quadrinhos, criando todo um novo caldo cultural, que podemos chamar de cultura nerd, sub-cultura, contracultura e etc.
Planetary busca justamente apresentar toda esta cultura, através de inúmeras referências, que vão do faroeste e Júlio Verne, aos quadrinhos Marvel e DC, passando pela produção cinematográfica japonesa. Tudo em meio a uma emocionante trama de conspirações, espionagem e muita aventura.

8 – Promethea - Alan Moore
A principal temática de Promethea, cujo nome é uma síntese entre os deuses da escrita, Toth e Hermes, intermediadores entre deuses e homens, é a imaginação, faculdade que proporcionaria o conhecimento e contato do homem com o além. Basicamente uma viagem imperdível pelo mundo da magia, onde o leitor tem contato com todo o percurso da iniciação mágica e um manancial sem igual, ricamente ilustrado, de conhecimentos mágicos.

9 - Monstro do Pântano - Alan Moore
Graças a Alan Moore esta HQ de terror se tornou uma profunda saga filosófico/mística em que acompanhamos a jornada de crescimento interior de um Elemental, O Monstro do Pântano, agora um ser místico, que pode tanto percorrer o inferno ou as profundezas do espaço, sempre oferecendo belíssimas histórias.

10 - Batman, O Cavaleiro das Trevas - Frank Miller
Um mundo onde os heróis foram proibidos de atuar e o mais poderoso deles, Superman, se tornou uma arma nas mãos do governo americano. Um envelhecido Batman volta a combater o crime, ao mesmo tempo em que deve evitar o governo e a imprensa que o condena. Vale pelas reflexões espalhadas pela HQ a respeito da atividade mascarada, ou super-heróica.

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