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Os Dez Melhores Quadrinhos Para Alvimar
Por Marcio Baraldi
03/10/2010

Se o futuro da Humanidade for mesmo a catástrofe nuclear, como prevê a série Gilvath, do roteirista paulista Alvimar Anjos, e só sobrarem dez gibis no planeta, já sabemos quais seriam esses dez gibis! Pois, pra nossa honra, metade desses quadrinhos seriam brasileiros: Colonnese, Malagola, Cordeiro, Ziraldo, Rodval e Mozart. Pra completar o time, gringos de primeira linha: Crane, Caprioli, Casertano e o espetacular Joe Kubert. Bom gosto heim, Alvimar?!? Pensando bem, na companhia de uns gibis desses até que o Apocalipse não seria tão ruim....

Os Dez Melhores Quadrinhos de Todos os Tempos
por Alvimar Anjos

1 - O CaçadorEugênio Colonnese
Voltando aos anos 60, me recordo quando um almanaque nacional me caiu em mãos, e nele havia uma HQ de um tal personagem “Caçador”, os desenhos eram de Eugênio Colonnese e creio que o texto também. Esperava uma história chocha, e surpreendi-me: havia qualidade de texto e desenho! Devolvi o exemplar ao vizinho que o emprestara, procurei-o depois até no livrão "Esses Incríveis Heróis de Papel", do Ionaldo Cavalcanti, e nada! Nunca mais vi esse personagem, nem vi estampados desenhos ou capa daquele almanaque. Será que foi uma alucinação (risos)?

2 - Homem-Fera - Rubens Cordeiro
Um dia vi numa banca um exemplar do Homem-Fera, tinha um desenho bem dinâmico no traço do Rubens Cordeiro, e era ladeado por uma pantera nas HQs. O personagem era um domador de circo, salvo em um incêndio por Madina, o felino. Como sempre, o meu amigo Eduardo, que era fissurado em  HQB, se indispôs em negociar o exemplar (que guarda até hoje, acreditem!). Há poucos anos atrás, visitando-o, espantei-me ao deparar até com exemplares do Capitão Sete número 1 (com uma arte linda do Júlio Shimamoto), que ele guarda a sete chaves, pasmem!

3 - Homem-Lua - Gedeone Malagola
Se pudesse invadir os arquivos da Editora Abril, seqüestraria um calhamaço de 400 páginas que o Valdir Igayara mostrou-me nos idos de 1986. Havia ali uma Ficção Cientifica do Cláudio Seto, linda no desenho e, creio, maravilhosa no enredo. Como não me recordo do título, passemos então ao terceiro item: o Homem-Lua do finado amigo Gedeone Malagola. Quando li essa HQ pela primeira vez, notei uma certa radicalidade por parte do personagem, destroncava cabeças de meliantes como se faz com galináceos, o que era incomum na época, ainda não havia um Justiceiro radical assim. Por incrível que pareça, aquilo atraiu-me, simpatizei-me, ficando fã do herói!

4 - Turma do Pererê - Ziraldo
Em férias na minha cidade natal, em meados dos anos 60, caiu-me em mãos um exemplar da Turma do Pererê, do Ziraldo. Cativei-me de imediato, adorei toda a turminha, conseguindo posteriormente nos anos 70 uma edição da Primor, que republicava as mesmas HQs inolvidáveis. Lembro que nesse gibi tinha uma HQ em que o personagem espetava uma faca numa bananeira como simpatia para ver se conquistava o amor de uma menina. Pois não é que eu cheguei a replicar a cena na vida real, pra ver se minha vizinha tinha interesse no guapo agaquebista que suspirava ao visualizá-la?

5 - Imaginação 1985 - Mozart Couto e Rodval Matias
Esse item não poderia deixar de constar! Muita gente não tem conhecimento da edição “Imaginação 1985”, número 1. Nela há duas HQs, uma do Mozart Couto e outra do Rodval Matias. Quando recebi o exemplar, imediatamente maquinei que o Mozart seria “o cara” pra burilar as ilustrações da minha série Gilvath. Batata, taí o prêmio Bigorna que não me deixa mentir!

6 - Sargento Rock - Bob Kanigher e Joe Kubert
Outra HQ que marcou-me nos anos 60, foi a inolvidável “A Floresta dos Crânios Esquecidos”, roteiro de Robert Kanigher e arte do genial Joe Kubert, imbatível no quesito concepção da página. Foi publicada na revista Sargento Rock n. 10, da EBAL, em outubro de 1967. Ali, eu começava a deslumbrar-me com o traço sui-generis a pincel, o emprego de onomatopéias, a técnica narrativa, as angulações dispares, etc, do Mestre Kubert.

7 - Buz Sawyer - Roy Crane
Buz Sawyer, ou Jim Gordon aqui no Brasil, é uma HQ que sempre gostei, desde a adolescência! Era burilada pelo genial Roy Crane, também autor da arte. A Rio Gráfica Editora, que publicava suas HQs no Brasil, massacrava os originais na montagem, por isso quando adquiri a edição portuguesa Jornal do Cuto 99, vibrei. Havia ali respeito àquele trabalho. Uma das melhores HQs que já li foi “Aventura na Selva”, de 1947.
Uma pena todo esse trabalho ainda ser inédito aqui no Brasil.

8 - Moby Dick - Frank Caprioli
Não poderia deixar de citar nessa relação, um trabalho supimpa: a quadrinização de Moby Dick por nada menos que Franco Caprioli, um dos maiores autores de HQs (do nível de Hal Foster), com pesquisa histórica perfeita e arte de arreganhar os olhos incautos. Foi publicada na edição Jornal do Cuto 100, de novembro/1973. Como se vê, Portugal nos brindando sempre com raridades, nos velhos anos 70.

9 - Dylan Dog - Tiziano Sclavi e Giampero Casertano
Esta série encantou-me, revelando um argumentista italiano poderoso: Tiziano Sclavi. Aliado à arte de Giampiero Casertano, essa dupla burilou “Memórias do Invisível”, uma das maiores HQs de todos os tempos! Afirmo isto, porque a releitura dessa obra anos depois, revelou-a ainda mais saborosa que quando do seu lançamento. Como sempre digo, um dos critérios para avaliar genialidade, é esse dom tipo cult-art que certas obras possuem.

10 - Storia di Astarte - Andrea Pazienza
Finalizando, então, com chave de ouro, não poderia esquecer jamais a HQ publicada na revista Animal número 9 (editora VHD Diffusion): “Storia di Astarte”, outra obra que incluiria facilmente entre as dez melhores já produzidas em todos os tempos! E pasmem, o seu autor: Andrea Pazienza, faleceu sem entregar as dez páginas finais...Mesmo assim, deixando-nos órfãos em 16/06/1988, conseguiu a proeza de, pelo menos na minha lista, estar cotado entre as maiores celebridades dos comics, fumettis, tebeos, etc.

 

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