Me lembro da primeira vez que li uma história de John Constantine em meados de 1995 na extinta revista Vertigo #5 da Editora Abril, na época eu não passava de um moleque e rapidamente fiquei impressionado pela temática obscura e mística abordada na HQ. Algo muito além do costumeiro enredo de super-heróis. Dez anos depois é a vez da Devir dar continuidade às desventuras do anti-herói tabagista e manipulador de demônios com o lançamento de John Constantine Hellblazer: Poder Infernal (formato 17 x 26 cm, 125 páginas em cores ao custo de R$ 41,00), dos autores Mike Carey (Lúcifer; My Faith in Frankie; Ultimate Fantastic Four) e Leonardo Manco (Blaze of Glory; Apache Skies; Doom).
Para justificar o preço salgado a Devir fez um trabalho editorial de alto nível: na capa os títulos, tanto da história quanto da revista, estão em verniz, dando um aspecto fino à obra. Possui orelhas com informações a respeito do personagem e dos autores; as páginas são pretas, aumentando o clima dark do álbum; antes de iniciar a história há um trecho de um poema de Milton de Paraíso Perdido. Ao final dos cinco capítulos da trama há uma página que repete as informações da segunda orelha sobre os autores; logo em seguida tem uma biografia de Constantine com curiosidades a respeito de fatos ocorridos com seu criador, Alan Moore, logo após a concepção do personagem, o desenvolvimento do caráter de John ao longo dos anos e sua evolução pelas mãos de diferentes escritores. No final desta há um box com a cronologia do personagem e as respectivas revistas lançadas no país. Algo que me surpreendeu (negativamente) foi o fato de haver Notas de Tradução como último extra sem ao menos ter indicação de tal na história, não custava terem feito a básica indicação por numerais quando necessário, mesmo porque assim o leitor já se prepararia para a futura consulta de tais notas. Pequenos erros de digitação, como letras a mais e espaços “engolidos” completam os pontos negativos.
A trama é sobre estranhos eventos aleatórios que vêm acontecendo a diferentes pessoas de Londres, algo como uma epidemia sem causa. Dentre as vítimas desta “epidemia” está a sobrinha de um dos amigos de Constantine, Chas, que por não ter tido nenhuma posição dos médicos o chama para investigar o caso. Assim, Constantine vai à procura de respostas e é obrigado a viajar para os Estados Unidos, lugar onde se desenrolará o drama até o seu desfecho. O roteirista, Mike Carey, que já conta com experiência no título HellBlazer, mostra o quão familiarizado é com o personagem, criando diálogos afiados, bons ganchos e situações típicas do personagem.
Já o desenhista argentino completa a obra com seus traços fortes e o abuso de sombras, apesar de seus enquadramentos serem bem tradicionais, não saindo do usual; ele consegue vez por outra nos surpreender com uma “tomada” inusitada, a qual quebra o ritmo antes imposto. Hellblazer: Poder Infernal é uma ótima pedida para aqueles que gostam de suspense, uma trama bem construída, personagens com motivações humanas e personagens sacanas. Vale a pena.
Me lembro da primeira vez que li uma história de John Constantine em meados de 1995 na extinta revista Vertigo #5 da Editora Abril, na época eu não passava de um moleque e rapidamente fiquei impressionado pela temática obscura e mística abordada na HQ. Algo muito além do costumeiro enredo de super-heróis. Dez anos depois é a vez da Devir dar continuidade às desventuras do anti-herói tabagista e manipulador de demônios com o lançamento de John Constantine Hellblazer: Poder Infernal (formato 17 x 26 cm, 125 páginas em cores ao custo de R$ 41,00), dos autores Mike Carey (Lúcifer; My Faith in Frankie; Ultimate Fantastic Four) e Leonardo Manco (Blaze of Glory; Apache Skies; Doom).