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Mestres do Quadrinho Nacional: Antonio Cedraz
13/07/2005

Fazer histórias em quadrinhos no Brasil e sobreviver dos seus resultados sempre foi um grande desafio para todos os profissionais da área. Fora do eixo Rio-SP, então, é quase impossível. Que o diga Antonio Luiz Ramos Cedraz, ou, simplesmente, Cedraz. Um interiorano da cidade de Miguel Calmon, na Bahia, que há mais de 30 anos faz história criando histórias em quadrinhos. Seus personagens já são parte integrante da vida de muitas crianças: Pipoca, Lúbio, Saci, Joinha, Zé Pequeno, Marieta, Zé Bola, entre tantos outros, irmanam-se à Turma do Xaxado, que é a sua criação mais conhecida, levando a alegria e o bom humor desse talentoso baiano a todos os recantos do País.

Desde a infância, quando reunia os amigos em volta de uma grande mesa na sala de sua casa, em Jacobina (também na Bahia), para curtir os gibis da época, Cedraz não se cansava de rabiscar papéis buscando um jeito de chegar aos traços de grandes desenhistas dos anos 60, como o Ziraldo, Mauricio de Sousa, Orlando Pizzi, Nico Rosso, Igayara, entre outros. A sua persistência e a grande vontade de se tornar um deles fizeram da vida de Cedraz uma eterna busca pela perfeição na arte que ele abraçou. Hoje, Cedraz está inscrito na ponta do lápis como um dos maiores desenhistas de quadrinhos do País, ostentando invejáveis prêmios conquistados pela reconhecida qualidade de seu trabalho dentre eles, o Prêmio HQMIX (o Oscar dos quadrinhos), ganho quatro vezes em São Paulo - melhor álbum infantil (1999 e 2001) e melhor revista infantil (2002 e 2003) e o Prêmio Ângelo Agostini que o consagrou como Mestre do Quadrinho Nacional.

O trabalho do quadrinhista baiano tem características muito próprias, diretamente ligadas aos costumes e falares nordestinos. Isso se deve, sem sombra de dúvidas, à sua origem sertaneja e à sua vivência com o campo e a natureza. Para ele, os seus personagens são a ficção que se confunde com a realidade. Com essa verve, o artista encontra no seu próprio ambiente a matéria-prima para moldar suas criações.

Quem quiser conhecer melhor o Xaxado e sua turma, divirta-se com as suas tiras nos jornais da cidade. E prepare-se para uma viagem ao mundo da pureza e do bom humor, típicos dos nossos conterrâneos que habitam a zona rural, com seus falares, seus tropeços lingüísticos, suas manhas e espertezas e toda aquela pujança do sertanejo que, tal qual o Cedraz, é "antes de tudo um forte".

Por Uilson Morais UMOR - Cartunista e editor da revista TRT/Ba
(texto publicado com a autorização do biografado)

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