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Por Gazy Andraus 12/05/2006 Histórias em Quadrinhos bem que poderiam ser “ouvidas” pelos olhos, e músicas, “vistas” pelos ouvidos. Afinal, cientificamente falando, tanto sons como desenhos são ondas vibratórias, com a diferença que as primeiras, sonoras, e as últimas, de luz: misturá-las seria sinestesia pura! Mas o que aproxima a arte dos quadrinhos à música (e especialmente o gênero rock), ainda está para ser decifrado: muitos são os exemplos desta parceria, como o roqueiro Alice Cooper, que já virou personagem de HQ numa obra especial (A Última Tentação) em conjunto a Neil Gaiman. Diversos autores de quadrinhos são músicos, e alguns músicos são desenhistas: Simon Bisley e Robert Crumb são dois exemplos, além de outros que trabalham sob a audição musical, como Guido Crepax, Druillett e Edgar Franco. Igualmente, algumas transliterações de músicas para as HQs e vice-versa ocorreram: Mozart Couto verteu para os quadrinhos a faixa-título The Number of the Beast, do disco homônimo da banda Iron Maiden, e uma outra banda de heavy metal contemporânea, não tão conhecida, chegou a usar Wolverine como canção, incluindo vídeo-clipe promocional, apresentando nele, imagens do bestial herói.
O cientista cognitivo Steven Pinker chegou a considerar em seu livro Como a Mente funciona que, embora a música não tenha uma função objetiva justificável e lógica para a existência da raça humana, paradoxalmente, existe uma necessidade premente da audição musical (e sua fruição prazerosa), como um provável deleite da mente em restabelecer um certo equilíbrio necessário, o qual ainda está para ser desvendado pela ciência. Assim, é bem possível rebater este argumento às imagens dos desenhos, principalmente os das Histórias em Quadrinhos: a mente precisaria igualmente da fruição dos desenhos, que estimulariam o cérebro por meio da visão, através das ondas visuais impressas que preenchem o branco do papel com representações gráficas personalizadas, como o fazem os músicos ao criarem os sons organizados no espaço, antes silencioso. Assim, o Projeto HQCD não é apenas mais um trabalho artístico, mas também um experimento necessário à mente dual humana. Clériston, o autor-maestro, executou bem este premente e essencial dialogismo sinestésico. Projeto HQCD. Antonio Clériston de Andrade. Álbum (formato 21 x 28cm) e CD encartado. Pedidos para Clériston: cleristonhq@terra.com.br. Rua Neto Mendonça, 165, apto. 301 - Tamarineira - Recife-PE -CEP 52050-100. Tels.: (81) 9252-3420; 3265-0338. |
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