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Por Gian Danton 16/05/2010
O primeiro personagem de Lee Falk foi o mágico Mandrake, em 1934. Desenhado por Phil Davis, Mandrake era um mágico racional, inspirado fisicamente no próprio Falk. O personagem, sempre envolvido em aventuras detetivescas, conquistou o público e é publicado até hoje. O grande sucesso de Falk, entretanto, seria o personagem Fantasma, criado em 1936 e desenhado por Ray Moore. O que diferencia o Fantasma de outros personagens é o seu caráter de mito. Sua história parece uma daquelas remotas lendas passadas de pai para filho: no ano de 1525 o único sobrevivente de um ataque pirata faz um juramento: "Juro que dedicarei toda minha vida à tarefa de destruir a pirataria, a ganância, a crueldade e a injustiça. E meus filhos e os filhos de meus filhos me perpetuarão". Ele passa a usar, então, uma máscara e roupa colante e a perseguir malfeitores. Como o juramento valia também para seus descendentes, o povo da selva começou a pensar que o herói era imortal. Esse aspecto da tira deu um significado maior à história, tornando-a mitológica por excelência. “O espírito que anda” teve o mérito de ser o primeiro herói de quadrinhos a usar máscara e malha colada ao corpo. Nesse sentido, todos os super-heróis devem a ele o seu visual. Na primeira história o personagem usava também uma luva, que abandonou devido à inconveniência de ter de tirá-la toda vez que quisesse deixar a marca do Fantasma em um malfeitor. O primeiro desenhista a ilustrar o personagem foi Ray Moore. Seu traço sombrio ajudou a criar o clima de mistério que envolve até hoje o herói mascarado. Fantasma de Ray Moore era atlético e sensual, com um forte toque “noir” realçado pelo sombreado pesado. Nenhum outro artista conseguiu manter o nível de Moore, que desenhou o personagem de 1936 a 1942. A partir de 1942, seu assistente Wilson McCoy pegou o personagem. A princípio, McCoy seguiu a linha de Moore, tentando manter o nível de qualidade, mas com o tempo começou a caricaturar os personagens dando a impressão de que as tiras eram feitas às pressas. Com a morte de McCoy, em 61, o Fantasma passou a ser desenhado por Sy Barry, de traço bastante impessoal. Isso deve ter ajudado para que ele tivesse uma multidão de assistentes - que muitas vezes faziam tudo na história, tendo Sy Barry só o trabalho de assinar, quando muito.
Lee Falk sabia que os detalhes fariam com que seu personagem ganhasse um aspecto de mito e não economizou neles, a começar pelos apelidos que o povo da floresta dão ao personagem, tais O Espírito-que-anda, o Homem que nunca morre, o Guardião das Trevas Orientais e outros. Os ditados referentes ao personagem também ficaram famoso: “O Fantasma é violento com os violentos”, “Dá medo ver o Fantasma enfurecido”, “O Fantasma atira mais rápido que o olhar”. Os símbolos também ajudam a compor a aura do personagem, como a caverna da caveira (local de sua moradia) e os anéis. O anel da caveira, usado na mão direita, marca os malfeitores, enquanto na mão esquerda fica um anel com a marca de proteção. Aqueles que têm essa marca serão sempre protegidos pelo personagem. Outros destaques são os companheiros animais do personagem, o lobo Capeto e cavalo branco Herói. No Brasil o personagem fez muito sucesso nas década de 1940 e 1950, contribuindo para que seu editor, Roberto Marinho, ficasse rico o suficiente para montar uma emissora de TV, a Rede Globo. Atualmente, no Brasil, ele tem um público pequeno, mas fiel. Entretanto, em outros países, como a Austrália e a Escandinávia, ainda é o herói de quadrinhos de maior sucesso. Recentemente a revista do personagem alcançou o número 1.500, um recorde mundial. Versão atual do personagem desenhada pelo brasileiro Eduardo Ferigato |
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