Cerca de duas centenas de fanzines de autores portugueses e estrangeiros estão expostas na IX Feira Internacional do Fanzine (FIF), em Portugal. O evento a decorrer entre os dias 7 a 15 de novembro, na Casa Municipal da Juventude, na Almada (margem sul do Rio Tejo), apresenta ao público uma grande variedade de publicações: do formato A4, passando ao A5, até ao micro; a preto e branco (maioritariamente) e a cores. As obras em exposição e venda, trazem para além da Banda Desenhada, ou Histórias em Quadrinhos, temas sobre música e literatura. Outros eventos decorrem em paralelo no mesmo local nomeadamente: workshops, concertos com DJs, projeções de vídeos e danças.
Participam 13 países da Europa, América do Norte (EUA) e Latina, tendo o Brasil com maior número de publicações (22), seguido de Portugal (12). Os EUA, a Meca dos comics, apresenta apenas um fanzine. A Bélgica, França e Itália, considerados capitais européias de BD, apresentam menos de meia dúzia de publicações cada. E o continente africano também marca presença através da Vestígio, uma publicação editada a partir de Lisboa onde os guineenses, irmãos gémeos Fernando e Manuel Júlio, são promovidos além fronteira. Organizada por um grupo de fanzinistas apoiada da autarquia da Almada, a Feira teve a sua primeira edição em 1993 e conta, actualmente, com oito edições. Os objetivos desta FIF é apoiar, dinamizar, proporcionar encontros e permutas entre autores.
Apesar de não ser um evento com calendário regular, devido a “irregularidade dos artistas na produção e participação”, segundo a organização, este evento é, no entanto, uma boa alternativa ao Festival Internacional de BD de Amadora, que fechou as portas este Domingo, dia 9. O nome fanzine, surgiu há décadas nos EUA, resultante do cruzamento das palavras “fã” e “magazine” tornando-se, de então para cá, num meio de comunicação alternativa – onde não há limites de regras – através do qual emergiram nomes que se tornaram referências tanto na literatura como na Nona Arte.
* Jornalista e editor da revista Vestígio, publicada em Portugal