Jesse treinou por todo o verão para ser o mais rápido corredor de sua série. Ao competir, ele é derrotado por Leslie, a mais nove aluna da escola. Os dois são os rejeitados da turma da escola e tornam-se amigos. Unidos, eles inventam o fantástico mundo de Terabítia, localizado no meio da floresta perto de suas casas. Lá, eles vivem grandes aventuras.

Ao assistir a Ponte para Terabítia (Bridge to Terabithia) muitos fatalmente irão se lembrar de Meu Primeiro Amor, de 1991, por causa da bonita relação construída pelo casal de protagonistas-mirins no decorrer do filme. Jesse, com seu talento para desenho e pintura, é a forma e Leslie, com sua criatividade literária, é o conteúdo que compõem Terabítia: um mundo repleto de criaturas mágicas como a Terramédia de Tolkien ou o Reino de Nárnia de Lewis.

Em produções com temática fantástica é hábito o forte uso de efeitos especiais e computação gráfica. Como um dos focos de Terabítia é a valorização da imaginação, os efeitos visuais foram ligeiramente poupados, embora através do trailer a impressão que se tem seja outra. Jesse e Leslie não usam suas ricas imaginações como mero escapismo de uma realidade dura, como o pai do garoto – papel do ótimo Robert Patrick (A Conquista da Honra) – que está tendo dificuldades financeiras. Eles exploram a criatividade de forma terapêutica, já que através de suas invenções eles encontram soluções para seus problemas na vida familiar e escolar.

Do meio para o fim do filme a emoção corre solta e lágrimas podem facilmente ser arrancadas. Tal resultado é atingido graças a dois fatores. Primeiramente, uma música vibrante e envolvente composta por Aaron Zigman (Vem Dançar) conduz as sensações pelas cenas. O segundo ingrediente são as boas atuações de AnnaSophia Robb (A Fantástica Fábrica de Chocolate) e Josh Hutcherson, que já tinha mostrado toda sua ternura em ABC do Amor.

* Edu Fernandes é Editor de Cinema e Vídeo do Homem Nerd