Louis Simo é um detetive particular que investiga a misteriosa morte do ator George Reeves, famoso por interpretar Superman em uma série televisiva da década de 1950. Baseado em fatos reais: a morte de Reeves foi oficialmente registrada como suicídio, mas há controvérsias. A estética mais apropriada para um filme de mistério, intrigas e investigação é o estilo noir.

Hollywoodland – Nos Bastidores da Fama tem algumas características noir, sendo a mais marcante a música melancólica e charmosa. A trilha musical com forte presença do trombone concede mais elegância ao conjunto.

Diane Lane (Infidelidade) vive Toni Manix, a amante do morto e esposa de um figurão de Hollywood: um personagem bem característico do cinema noir. Diane é um ótimo exemplo de beleza e sensualidade na casa dos 40, além de presentear o público com uma boa atuação. Adrien Brody interpreta o detetive Simo e através de seus olhos a trama é apresentada – novamente outro traço noir. Sua performance irá agradar àqueles que aprovaram seu trabalho em O Pianista (2002), que lhe rendeu um Oscar.
 
O filme trabalha em duas frentes. A primeira mostra a investigação realizada por Louis. Na segunda faceta é apresentada a vida de George Reeves, papel de Ben Affleck (Demolidor – O Homem sem medo) que, por sua interpretação, levou um prêmio no Festival de Veneza. O trabalho de Affleck é, com certeza, bem melhor do que nos habituamos a esperar dele, mas também não é para tanto. A esperteza da produção está em escalar um ator canastrão para atuar como ator canastrão.

Hollywoodland é um filme complexamente confuso. Há personagens em número exagerado, pistas que não ajudam a solucionar o quebra-cabeças e acontecimentos que só bagunçam ainda mais o enredo. A não-linearidade do roteiro colabora para a confusão generalizada. Quem espera ver uma fita de investigação com coesão, onde a resolução final envolve todas as pistas mostradas, é melhor passar longe.

* Edu Fernandes é Editor de Cinema e Vídeo do Homem Nerd