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Crítica: Apocalypto (bem Gibson)
Por Edu Fernandes*
26/01/2007

Uma aldeia maia é covardemente capturada por uma tribo local de comerciantes de escravos. Jaguar Paz é um dos capturados que tenta de todas as formas defender sua família dos ataques.

O fato do enredo de Apocalypto se passar na civilização maia é apenas o cravo-da-índia em cima do beijinho – fica até bonitinho, mas é apenas um enfeite. O roteiro não tem qualquer intenção de explorar profundamente a rica cultura da sociedade maia; famosa, entre outras coisas, pela complexidade do seu sistema matemático que incluía o número zero e tinha vinte algarismos. Logo no começo do filme o espectador pode encontrar certa dificuldade para identificar quem é o protagonista da história. Há uma certa focalização em Blunted e sua aparente infertilidade, embora o personagem principal seja Jaguar Paw.

Como já se pôde perceber até aqui, infelizmente os nomes das pessoas foram mantidos em inglês. A exemplo do que ocorre em A Paixão de Cristo, Mel Gibson novamente optou por utilizar o idioma original que os homens falavam na época e local em que o roteiro se passa; por essa razão, a legendagem brasileira deveria ter deixado os nomes em português ou em maia mesmo. Quando Jaguar Paw (ou Garra do Jaguar) recebe um apelido, esse novo nome é traduzido – o que só deixa ainda mais estranha a falta de adaptação para o português.

O grande feito do filme é a seqüência de perseguição que tem mais de 45 minutos. Com novos elementos apresentados a todo momento e cenas paralelas funcionando como respiros, o conjunto consegue não ser nem enfadonho nem extremamente tenso e estafante. Mel Gibson consegue novamente impor sua assinatura em Apocalypto, para o bem e para o mal. Há enquadramentos ousados que funcionam de forma brilhante, como a câmera grudada no rosto de personagens em fuga. Por outro lado, há excesso de imprudência em outros momentos, como na câmera subjetiva no alto da pirâmide – sei que está meio vago, mas não quero estragar o filme. Outra característica marcante do diretor que se faz presente na nova produção é a sanguinolência... e fica a questão: como será um filme de terror de Mel Gibson?

*Edu Fernandes é Editor de Cinema e Vídeo do Homem Nerd

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