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Por Wilson André Filho 23/10/2006 Na última quinta-feira, dia 19 - como noticiado aqui -, aconteceu a palestra Quadrinhos: Censura hoje e ontem, com Gonçalo Junior e Eloyr Pacheco, na Gibiteca Henfil. Tanto um como outro palestrante dispensa apresentações prévias; o primeiro como pesquisador, jornalista, roteirista de Quadrinhos e autor de vários livros, que abordam inclusive o tema proposto. O segundo, como editor e produtor de HQs, com grande experiência em lidar com os chamados “Quadrinhos para adultos”, em 1997 foi responsável pela publicação do primeiro palavrão dito por um personagem de Quadrinhos no Brasil, na edição # 5 da revista Vertigo DC publicada, na época, pela Editora Metal Pesado, viveu e vive na pele muitas situações envolvendo a questão da censura. Eloyr abriu a palestra explicando que a pior censura é a autocensura: quando o desenhista já se reprime de antemão com receio de uma possível censura, seu trabalho perde a força. Destacou outro ponto fundamental, atualmente percebe-se que existe um retrocesso, muitos materiais que já haviam sido publicados de forma mais livre no passado, quando republicados hoje, são censurados, caso recente de Drácula, em que a própria editora, a Marvel, solicitou que cenas de nudez fossem disfarçadas. Por sua vez Gonçalo comentou que já houve mais de vinte tentativas de se assegurar por força de lei a censura aos Quadrinhos no Brasil. Destacou que as HQs de sexo sempre foram as mais visadas pelos censores, neste seguimento duas editoras tiveram papel importante e foram alvo constante de muita censura, a Edrel nos anos 1970 e a sua sucessora Grafipar nos anos 1980.
O que se conclui é que a discussão é muito ampla, palestras como essa ajudam a desvendar um pouco da trama, profissionais como Gonçalo e Eloyr se dispõem a tentar jogar uma luz sobre esses fatos. O que falta é a participação dos editores, dos quadrinhistas e roteiristas, aqueles que já estão estabelecidos, mas principalmente a nova geração, pois são eles que vão conviver com uma possível lei de censura, ou eles é que vão estabelecer de que forma seus trabalhos serão levados ao público, dentro de um saco plástico com uma tarja preta, ou apenas com indicações sobre a que tipo de público se destina, deixando que a opção de ler ou não determinada HQ seja feita pelo consumidor final, sem censura prévia, sem falso moralismo. |
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