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Por Wilson André Filho 04/04/2006
Nos quadrinhos, o Gatão atravessou os anos 1990 e adentrou pelo século 21 sempre expondo as neuras, as contradições e as inseguranças dos homens que chegam aos 40 anos. Dessa vez o autor nos brinda com 164 páginas de textos, ilustrados apenas por um único desenho na abertura, o que é uma pena para os fãs, como eu, do traço limpo, seguro e moderno do Miguel. O livro se divide em três partes: Dormindo Junto, Acordando Junto e Dormindo em Lugares Estranhos. Em cada um dos capítulos somos, primeiro, introduzidos a um visão geral sobre o comportamento que vai ser analisado; mais ou menos da metade para frente entra em cena a “namorada” da vez, que pode ser, “a que grita”, “a que come na cama”, “a que gosta de TV” ou “aquela que não acorda”. Desfilam aí Adélias, Isoldas, Rosinhas, Heloísas e tantas outras que a gente até perde a conta. Cada uma com seus desejos, sonhos e taras que fazem o Gatão penar para conseguir chegar às vias de fato, com todas. Mas, na maioria das vezes, dá certo. O que, a princípio, pode ser tomado como puro machismo, acaba se revelando uma análise apurada do comportamento humano, assim como são apresentados os mais variados estereótipos femininos. Na mesma medida, o livro pode servir como um guia para os “machos” descobrirem suas próprias manias, ilusões e vontades, e podem até chegar ao final da leitura com um melhor entendimento desse contato íntimo entre homem e mulher. Depois de ler Cama de Gato pode-se também arriscar a recente versão cinematográfica (leia a crítica aqui), e vice-versa, ou ainda, pode ser interessante para aqueles que o conhecem apenas das Histórias em Quadrinhos ou das tiras diárias no Jornal O Globo. De qualquer forma, ao lê-lo vão perceber como o Miguel Paiva faz funcionar esse curioso personagem, seja em texto, no desenho ou no celulóide. |
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