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Por Sergei* 25/08/2005
Imagem: arquivo do autor A mostra evoca o centenário da morte de Bordallo Pinheiro (1846-1905) que se comemora este ano e homenageia a sua genialidade fixada em múltiplos jornais e livros, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente no Brasil, onde trabalhou durante quatro anos. A exposição inaugura na próxima sexta-feira, dia 26, e vai integrar o 32º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Com mais de 30 anos de existência, trata-se de um dos maiores e mais tradicionais eventos do género, no mundo das artes gráficas, tendo sido criado para incentivar a descoberta de novos talentos do humor gráfico e das histórias aos quadradinhos. A mostra, organizada pelo Museu da Imprensa em colaboração com a Prefeitura Municipal de Piracicaba, integra dezenas de publicações periódicas emblemáticas das quais, Bordallo foi fundador ou colaborador, em Portugal e no Brasil. Podem ser vistas autocaricaturas publicadas em jornais e revistas como o António Maria, A Paródia, Pontos nos ii, Psit, Besouro, Lanterna Mágica e O Mosquito, entre outras. Os Apontamentos sobre a picaresca viagem do Imperador do Rasilb pela Europa (alusão humorística à viagem de D. Pedro) e o Álbum das Glórias também podem ser apreciados nesta mostra. Estão ainda patentes painéis com a biografia do caricaturista e opiniões de vários artistas brasileiros contemporâneos de Bordallo Pinheiro. O "pai" do Zé Povinho trabalhou no Rio de Janeiro, entre 1875 e 79. Começou como director artístico de O Mosquito. Mais tarde fundou os jornais Psit e Besouro. José do Patrocínio (um dos principais intelectuais da época) recorda Bordallo da seguinte forma: "Vivemos juntos n'O Besouro'. Usámos da liberdade de que os moços se investem. Éramos artistas à Victor Hugo: nove partes de vaidade e uma de interesse. Foram assim as imortais páginas d'O Besouro, colaboração poderosa na intensificação da alma democrática do nosso país, de que Bordalo se fez compatriota, com a extrema lealdade cosmopolita que o alistava sob a bandeira de todos os ideais benfazejos." Para além da figura imortal do Zé Povinho, Bordallo Pinheiro criou também a emblemática Jarra Beethoven, peça saída das suas mãos de ceramista e que foi oferecida ao Brasil em 1899. Esta exposição é a primeira que se faz no Brasil sobre Raphael Bordallo Pinheiro, depois da sua morte e insere-se na homenagem que o Museu Nacional da Imprensa está a prestar, durante este ano, ao grande caricaturista português. *Você deve ter percebido o "sotaque português" deste texto. Isso se deve porque o autor é o publicitário e (premiado) cartunista português - residente em Lisboa - Paulo Teixeira. Suas tiras e cartuns são publicadas no Blasfémias - blog político liberal; no Trevim - Semanário regional e no Gondomar Económico. Clique aqui para visitar o blog de Sergei, onde ele tem divulgado quadrinhos brasileiros, recentemente, por exemplo, comentou a coletânea Xaxado Ano 2, de Antonio Cedraz. |
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