![]() |
![]() |
|
Por Shirley Paradizo 19/08/2005
Considerado uma das mais importantes obras ficção científica, a hilária saga de O Guia do Mochileiro das Galáxias voltou às prateleiras das livrarias de todo o país Imagine se um dia você acordasse e descobrisse que a sua casa iria ser demolida para dar lugar a um desvio. Pior. Se, em seguida, recebesse a notícia de que, em algumas minutos, a Terra também iria ser demolida. O que faria? Segundo o livro O Guia do Mochileiro das Galáxias, o melhor seria "Não entrar em pânico". Com essa premissa, tem início uma das mais hilárias e criativas histórias de ficção científica dos últimos tempos. De autoria de Douglas Adams (1952-2001), a obra, originalmente publicada pela editora Brasiliense, estava, há anos, sumida das prateleiras das livrarias e agora ganhou uma reedição pela mãos da editora Sextante. Para quem ainda não teve o imenso prazer de lê-la, a divertida trama começa um pouco antes da demolição da Terra, quando Arthur Dent é salvo da morte certa por seu amigo, Ford Prefect, um alienígena que vivia no planeta disfarçado de ator desempregado. Na fuga, pegam carona na nave mais avançada da galaxia, a Coração de Ouro. Lá, encontram o estranho presidente galáctico de duas cabeças, Zaphod, sua namorada terráquea, Trillian, e um robô maníaco-depressivo. Arthur, Ford e seus novos companheiros, então, partem para uma incrível aventura pela galáxia em busca da resposta sobre "a vida, o universo e tudo o mais", deparando, no caminho, com personagens esquisitos, planetas bizarros e situações nada comuns. A incrível saga, a princípio, foi concebida, em 1970, como uma série de rádio da BBC e logo ganhou popularidade na Inglaterra, tornando-se um fenômeno cult. Vieram, então, os livros, uma minissérie de TV, uma peça de teatro, um jogo de computador, histórias em quadrinhos, passando a colecionar cada vez mais adeptos. Além de cativar fãs pelo mundo afora, a obra influenciou muita gente famosa, como Neil Gaiman, Terry Pratchett e o grupo Radiohead, que tirou o título de uma de suas músicas mais conhecidas (Paranoid Android) de um personagem de Adams, o robô depressivo. O que a torna tão atraente é seu humor sagaz, carregado de ironias e sarcasmos, que ele trouxe da época em que trabalhou com o grupo Monty Python. Nada escapa da afiadíssima língua do escritor, principalmente os temas relacionados à sociedade, à política, à tecnologia, à ciência e à burocracia. Há passagens que são verdadeiras pérolas, como o episódio da destruição da Terra, que só foi inesperado porque os humanos não se deram ao trabalho de consultar os planos expostos, nos últimos 50 anos, em um planeta bem distante. Ou na parte em que os terríveis Vogons ficam, impacientes, à espera de um memorando que autorize sua perseguição à espaçonave "inimiga". As reviravoltas abruptas são um deleite à parte. Nunca se sabe o que virá na próxima página, apenas que se irá encontrar mais divertimento de primeira qualidade, que, muitas vezes, pegam o leitor de surpresa, fazendo-o rir, e até gargalhar, sozinho. Mas nem todos os ventos sopram a favor do livro. O ponto ruim dessa história (sim, sempre existe um!) é que, infelizmente, no Brasil, somente três dos cinco volumes da série foram publicados. No entanto, mais uma vez, não entre em pânico, pois a Editora Sextante prometeu os próximos livros para breve. Enquanto isso, a dica é se deliciar com O Guia do Mochileiro das Galáxias e suas continuações - O Restaurante no Fim do Universo e A Vida, o Universo e Tudo Mais -, saboreando uma boa dose de Dinamite Pangaláctica, o drinque mais explosivo de toda a galáxia. Boa leitura! |
Quem Somos |
Publicidade |
Fale Conosco
|