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Resenha: Deja-vu
Por Matheus Moura
08/10/2007

Com a publicação de seu primeiro manhwa, a multinacional Panini começo bem. Deja-vu (224 págs., formato 13,7 X 20 cm, R$ 14,90), escrito por Youn In-Wan, contém seis histórias, cada uma desenhada por um artista coreano diferente. Nas quatro primeiras há uma seqüência de acontecimentos, pois é narrado o surgimento do amor entre um casal e suas repetidas tentativas de fazer a coisa dar certo durante várias reencarnações. Esses contos são divididos nas quatro estações do ano - Primavera, Verão, Outono e Inverno -, tendo cada uma sua influência indireta nos acontecimentos em volta do casal. As outras duas histórias que compõem o álbum – apesar de serem publicadas juntas – não fazem parte do deja-vu do título. São histórias independentes e que servem bem para mostrar a diversidade do escritor - já que nas anteriores ele estava preso na questão do amor entre um determinado casal -; nessas a abordagem é mais social.

A escolha de Youn In-Wan em fazer cada conto com um desenhista diferente dá uma perspectiva ímpar à obra geral. Cada artista se sobressai em aspectos únicos; por exemplo, na Primavera o desenhista Yang Kyung-Il possui traços mais pontiagudos, com boa aplicação de sombras e diagramação de página consistente e bem estruturada. No Verão, Yoon Seung-Ki dá uma característica mais japonesa com seus traços limpos e páginas mais claras, com ausência de cenário em determinados pontos estratégicos. Já Kim Tae-Hyung, no Outono, carrega os traços com realismo, o cenário é bastante detalhado com excelente representação do meio urbano. Os personagens também possuem mais detalhes, como marcas de tempo e tal. O último conto da serie Deja-vu, Inverno, se passa no futuro e na parte gráfica são utilizadas algumas fotografias e os traços são típicos de mangás; o desenhista é Park Sung-Woo. Destaque para sua ótima diagramação de quadros. As outras duas histórias, Utility e O Mar, também carregam suas peculiaridades: em Utility, os traços são bastante sujos, lembrando o autor de Preto & Branco (Conrad), Taiyo Matsumoto; enquanto O Mar já trás um desenho mais limpo e até caricato.

O escritor nessa obra se mostra um ótimo contador de histórias. São utilizados fatos reais para dar veracidade aos contos, como na história Verão e Outono, além de lendas (como na Primavera) e previsões futuras - no Inverno - com um quê de conspiração alienígena. No álbum, entre cada capítulo se encontram textos a respeito dos desenhistas, além de uma pequena ficha técnica com seus principais trabalhos. Ao final há uma página extra com texto de Lee-Vin, desenhista da última história, além de notas de tradução. Com relação às notas, ficou faltando a marcação durante a HQ, que mostra onde está a citação. Com relação à parte física do manhwa não há do que se queixar, a Panini parece dar um tratamento melhor aos títulos de um só volume do que aos mensais seriados. No mais, este é um livro de romance capaz de agradar até pessoas as quais não são fãs do estilo (como eu), mas aos apaixonados pela temática esta é uma excelente pedida.

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