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Resenha: A Nova Traição de Judas
Por Cadorno Teles
22/04/2008

O escritor norte-americano James Rollins faz o que poucos autores conseguem fazer. A cada livro lançado aprimora seu estilo, conseguindo levá-lo a lista dos best sellers. Foi assim com The Banned and the Banished, com Godslayer e com a série de livros que envolve a Força Sigma. Os três volumes já lançados, O Mapa dos Ossos, A Ordem Negra e o mais recente, A Nova Traição de Judas (The Judas Strain, tradução de Marcos José da Cunha e Alexandre Martins, Ediouro, 520 páginas, R$ 49,90). Entre os três, podemos considerar o último como o mais intrincante e emocionante volume que envolve essa fictícia organização secreta do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Aqui, vemos a equipe de Gray Pierce envolta numa epidemia que poderá extinguir a vida na Terra e trabalhando aliada a sua rival, a organização terrorista Guilda.

O início da história nos leva a sete séculos atrás, ao Sudeste asiático, a Sumatra, onde Marco Polo e seu pai vêem as últimas chamas de diversos navios se extinguirem nas águas do Índico. Oram em silêncio a Deus para perdoar seus pecados. O que levou os venezianos a mandar queimar 16 navios com toda tribulação? Rollins usa o fato histórico da viagem de retorno do aventureiro veneziano para compor a trilha de sua narrativa. A jornada trágica, após servir 17 anos ao imperador da China; em algum ponto no Sudeste asiático algo ocorreu, e somente dois navios e 18 homens chegara ao seu destino. O que ocorreu com a frota que Kublai Khan concedeu a Marco? O autor dá asas a imaginação e conta sobre a tragédia que nunca foi contada, totalmente esquecida e nenhum Polo comentou sobre o que realmente ocorreu.

Após as primeiras páginas de flashback, voltamos aos dias atuais, onde uma epidemia irrompe na mesma região, uma doença devastadora e desconhecida, que não se consegue controlar. A bordo de um cruzeiro, o Mistress of the Sea, transformado em hospital pela gravidade da situação, a Dra. Lisa Cummings e Monk Kokkalis, membros da Sigma, procuram soluções para a calamidade. Contudo, um grupo de terroristas da organização inimiga Guilda sequestram o navio e o transformam em um laboratório de armas biológicas. A OMS e o governo dos EUA tentam esconder da mídia o desastre, mas já cogitam em obliterar a região com um ataque nuclear. O comandante Pierce precisa correr contra o tempo, e contará com a ajuda da bela Seichan, sua arquiinimiga, que guarda a primeira pista da possível cura. A chave desse enigma levará à procura das famosas crônicas de viagem do explorador veneziano, não as conhecidas, mas uma parte que ele escondeu de todos. Juntos, eles rumam numa busca que os leva a várias partes do mundo, a Veneza, a Roma, a Istambul, a Ormuz, seguindo os passos de Marco Polo e chegando a Sumatra, onde o imponderável aconteceu. Contudo, cada passo que a dupla dá é seguido por alguém e as pistas e enigmas que envolvem a linguagem angélica desvendarão o mistério do código genético humano.

A capa do livro mostra a Cidade dos Mortos em Mianmar, e o leitor já pode imaginar onde a Força Sigma se aventurará. As mais de quinhentas páginas de ação e aventura, mesclando ciência e história, misticismo e investigação em uma excitante narrativa que combina bem os temas em doses exatas. O título Judas Strain, do original em inglês, vem do termo que um grupo de cientistas deram a um grupo ancestral de bactérias como o antraz ou a peste bubônica, entre outas, que possui a particularidade de ser uma cepa transformadora de outras não-endêmicas e não-voláteis, como os da flora intestinal em inimigas mortais da vida. O título em português poderá confundir o personagem bíblico com o vírus mortal, que aqui é colocado como o responsável por catástrofes ecológicas do passado da Terra. Um dos únicos pontos negativos desse livro é a morte de um dos membros da equipe. Mas Rollins deixa subtendido que ele poderia estar vivo, um clássico gancho para a próxima aventura da Força Sigma.

Curiosidade
James Rollins (foto), na verdade, é um pseudônimo do veterinário Jim Czajkowski (1961) que exerce sua atividade em Sacramento, na Califórnia. Espeleologista amador e grande aficionado da prática de mergulho, é frequente encontrá-lo tanto debaixo de terra, como no fundo do mar.

 

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