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Resenha: Clic 1 e 2
Por Matheus Moura
30/04/2007

Milo Manara, só de falar neste nome os que conhecem as HQs do autor já remetem em suas mentes imediatamente a imagem de uma bela mulher. E não é por acaso, Manara consegue criar verdadeiras deusas da sensualidade. Mulheres voluptuosas, safadas, deliciosas... ah! As mulheres de Manara... e há quem diz que não goste!

A série Clic é conhecida por ter dado fama ao autor, lançada originalmente em 1983 na Itália, já foi antes publicada no Brasil pela Editora L&PM, na década passada. Desta vez quem relança a obra no país é a Conrad em sua Coleção Eros de Quadrinhos eróticos. Já foram lançados dois volumes, o primeiro com 56 páginas e o segundo com 72, nos formatos 21,5 x 27,5 cm e custando R$ 23,00 e R$ 24,90, respectivamente.

No primeiro volume é contada a história de Claudia Christiani, mulher casada com um homem rico e bastante recatada que age com repulsa ao assédio masculino. Por conta dessa arrogância contra os homens, um amigo de seu marido, o doutor Fez, por intermédio da invenção de outro médico, o Dr. Kranz, instala em Claudia um chip receptor que ao ser ligado libera a libido. Fez, como uma forma de tortura, faz com que Claudia perca o controle sobre seus impulsos sexuais em locais públicos, gerando assim um mal estar entre ela e seu marido.
 
No segundo volume, dá-se continuidade aos efeitos da caixa que emite o “clic” à Claudia, porém, desta vez, tudo é supervisionado pelo marido dela, que agora tem seus próprios motivos para desmoralizá-la. A narrativa e a premissa da história é simples, entretanto é interessante a forma tratada por Manara, como diz Marco Aurélio Lucchetti, no artigo publicado na Cult #111, “Milo Manara (...) que abordava a incompreensão entre os sexos, e principalmente o enigma insondável (pelo menos para os homens) do prazer feminino”. É isso mesmo que vemos (no caso, nós, homens) nas histórias de Clic, o prazer feminino ser discutido de uma forma diferente, sem uma ótica exclusiva masculina, quem quer ser saciado aqui é a mulher, não o homem.

O maior problema por mim observado é a incompletude da história do segundo volume, a qual poderia ter tido o final original proposto por Manara, até como forma de um extra para atrair os leitores que já têm a coleção lançada pela L&PM. Apesar disto, as qualidades superam os defeitos e fazem desta obra algo a se ter em uma coleção, mais pelo autor e suas mulheres que pelo seu erotismo. Fica a dica.

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