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Entrevista: Diogo T.C.
Por Eloyr Pacheco
12/12/2008

Ele é o criador do Guardião, lançou a Ecos Sombrios #1 com boa aceitação e há poucos dias promoveu o lançamento da segunda edição da série. Tem dois crossovers em andamento: um com Penitente, personagem de Lorde Lobo, e outro com Lobo Guará, criação de Carlos Henry. Tem metas ambiciosas para 2009: firmar sua linha de Quadrinhos e imprimir para terceiros. Abram alas para Diogo Tavares Costa, conhecido como Diogo T.C.

Essa é de praxe: Como foi que começou seu interesse por Histórias em Quadrinhos?
 
Meu pai era colecionador de Quadrinhos estilo Tex. Na época, ele me incentivou para a leitura por meio das HQs e logo me apaixonei por Marvel e DC. Tinha pilhas de caixas cheias de gibis das duas editoras. Foi ele que me mostrou esse mundo fantástico dos super-heróis!
 
Quais seus roteiristas e desenhistas prediletos?

Bom... Minha lista é bem grande. Vamos começar com os roteiristas: Chuck Dixon, Alan Grant, Peter David, Frank Miller, Neil Gaiman, Dennis O’Neil, Alan Moore e Jim Shooter. Os desenhistas são: Norm Breyfogle, Graham Nolam, Kelley Jones, Vince Giarrano, Bryan Hitch, George Pratt e lógico, o meu preferido: John Byrne.

Cite uma HQ que seja a sua preferida?

Vertigo

Ok. É uma ótima linha, ou selo, se preferir, pode mencionar um título da Vertigo, então?

Terminal City. Um ótimo drama policial. Um dos meus prediletos do selo Vertigo!

Pode mencionar três álbuns, ou séries, ou arcos que você considera obrigatórios para qualquer gibiteca básica?

Watchmen, Batman e Houdini  - A Oficina do Diabo e Homem de Ferro - O Demônio na Garrafa.

Como foi que você criou o Guardião?

Sempre fui apaixonado por armamentos bélicos, quando criei o Guardião, a idéia primordial era construir um personagem que saísse do tradicional “colante” e entrasse na nova ótica de heróis atuais. Misturando tecnologia atual com nanotecnologia militar futurística. Imaginei da seguinte forma: “Um cara para combater a criminalidade no Brasil tem que ser, no mínimo, um tanque”. Se você reparar, o traje do Guardião lembra o uniforme de guerra do futuro do Exército Americano (em produção), só que com alguns detalhes a mais. Desde então fui aprimorando características militares no personagem, baseando sua origem em meio à violência urbana e a guerra real. Quanto à personalidade dele, eu parei para mim mesmo e me perguntei: “Se tivesse os poderes e um traje como este, como eu combateria o crime?”. A resposta está nas páginas da Ecos Sombrios!

E como foi que você decidiu publicar o personagem de forma independente?

Tenho um sonho ambicioso, e tinha que dar o primeiro passo dessa empreitada. Dos 199 personagens que eu criei, pensei começar com ele, o Guardião. Após vários meses de divulgação na Internet, comecei a perceber que o público havia gostado do personagem, então coloquei a Ecos Sombrios #1 como teste, e graças a Deus o sucesso foi muito além do que esperávamos. Hoje, tenho orgulho em dizer que a revista Ecos Sombrios possui mais de mil leitores fiéis que enchem minha caixa de e-mail com elogios, palavras positivas e cobranças por outras edições... (risos)

199? Foi só uma forma de expressão, ou você tem mesmo estes personagens criados?

Realmente são 199 personagens que criei no decorrer dos anos. O universo D.T.C possui mutantes, andróides, deuses, grandes equipes, seres mitológicos e mágicos, assassinos, tudo o que você pode imaginar, e eles todos fazem parte do Brasil imaginário ao qual o Guardião pertence. 

Depois da publicação, você anunciou uma “releitura” da edição. Como que é isso?

Foi como eu disse, a Ecos Sombrios #1 saiu como teste. Era nosso primeiro trabalho. Não tínhamos experiência em nada, por isso ela saiu com tantos erros em arte, roteiro e design gráfico. O próprio texto original da Ecos não foi colocado. A releitura vem para zerar e colocar o universo do Guardião no eixo certo. Com o verdadeiro e pesado roteiro original.

A D.T.C. Comics é um selo independente ou uma empresa legalmente constituída?

Na verdade, a D.T.C. Comics começou como um selo de Quadrinho independente, com o intuito de publicar seus próprios personagens. Mas depender de gráfica no Brasil é uma coisa de louco. Foi daí que comecei a correr atrás do meu segundo desafio. Demorei em torno de um ano para ultrapassar esse obstáculo e torná-la legalmente e juridicamente uma gráfica /editora. Hoje, lembro quando andava com as páginas originais da Ecos atrás de anunciantes dizendo para outros quadrinhistas da região: “Vou fazer da D.T.C. Comics um grande selo de Quadrinhos, e logo após, vou expandi-la para uma gráfica e editora até chegar no mundo cinematográfico”, e todos diziam: “É impossível acontecer isso, eu estou nessa há tantos anos e não passo disso”. Dois objetivos já foram alcançados, falta o último!

Como foi que você chegou a esse ponto: comprou uma máquina impressora ou firmou parcerias?

Sempre tive contato com grandes empresários de Belém, “gente de peso”. E desde que comecei a trabalhar diretamente com os Quadrinhos, recebi muitos elogios tipo: “Você é visionário, audacioso” ou até mesmo “Você é o Stan Lee Made in Brasil”. Foi aí que chegaram comigo e me perguntaram: Quer ser meu sócio? O resultado dessa incrível parceria é que hoje, a D.T.C. Comics é uma gráfica/editora registrada e funcionando como tal.

Pela D.T.C., você anunciou recentemente alguns novos projetos. Pode comentar cada um deles?

Vamos lá: Em janeiro, iremos lançar a #3 e a #1 (Releitura) da Ecos. Colocando definitivamente a revista de forma certa ao leitor (Bimestral). Em fevereiro, um novo título ganha espaço, Universo D.T.C. que ficará nos meses de pausa da Ecos, esse título trás como primeira edição uma aventura inédita do Guardião. A partir da segunda edição, o título dará início a um novo arco, mostrando origens de personagens do universo D.T.C. Outro projeto que com certeza, será de grande sucesso. É a revista especializada em Quadrinho nacional, a Universo Brasil, “Uma Wizmania dos heróis brazucas”, ela será do tamanho 20 x 27,5cm, colorida, e com miolo em papel pisa brite 52g e terá 40 páginas. Uma grande equipe está presente nesse projeto, como: Manoel de Souza, Michele Ramos, Alex Genaro, Alzir, você (Eloyr Pacheco), Sergio do site 100 grana, e Prof. Álvaro da UFPA. O lançamento está previsto para março de 2009. Ainda no ano de 2009, Guardião lutará lado a lado com dois conhecidos heróis nacionais: Penitente (Mar de Sangue) e Lobo Guará (Silêncio Mortal). Esses dois grandes encontros têm como principal objetivo, mudar o conceito de encontros entre heróis brasileiros, colocando uma visão mais realista e explorando ao máximo o psicológico humano. Destaque para os dois vilões que apareceram nessas revistas. Vitrine, um homossexual homicida que tenta libertar os homens do fascínio por mulheres, esquartejando a pele das vítimas no intuito de se transformar em uma delas (Mar de Sangue). E Letal, um canibal que utiliza crianças para saciar sua crença que um dia, poderá voltar a inocência perdida (Silêncio Mortal).

Pode nos dar mais detalhes sobre a equipe de produção de Mar de Sangue e Silêncio Mortal?

O desenhista responsável por Mar de Sangue será Emmanuel Thomaz, com roteiro meu e da Amanda.F.K. (roteirista convidada) e lógico, com participação do meu amigo Lorde Lobo em toda produção. Provavelmente será uma minissérie em duas ou três partes. Já em Silêncio Mortal, a produção está a todo vapor. O roteiro está sendo escrito por mim e já contatei alguém para fazer capas alternativas e oficiais da revista, que será meu amigo Paulo Raphael (arte da capa Ecos #2). Os desenhos, tanto eu como meu companheiro Carlos Henry, estamos pesquisando um artista que se enquadre na temática da revista. Está sendo difícil, mas tenho boas expectativas! A Mar de Sangue será lançada no primeiro semestre de 2009, enquanto a Silêncio Mortal no segundo. Os leitores e fãs dos personagens envolvidos nessas séries podem ficar sossegados, que as revistas irão sair, com certeza, em 2009. Antes, nosso principal obstáculo eram os preços absurdos de gráfica. Com esse problema resolvido, ficamos apenas na escolha dos profissionais que se enquadrem no tema das séries.

Li no seu blog que a D.T.C. prestará serviços gráficos para quem tiver interesse. Como isso funcionará?

Da mesma forma que funciona em qualquer gráfica/editora. Você nos pede um orçamento, e colocamos nosso preço. A diferença é que para os produtores de Quadrinho nacional, eu colocarei o menor preço possível com a mesma qualidade de impressão dos títulos da Panini. Quero ver essa galera colocar no mercado material de qualidade!

Como funcionará a distribuição?

Por enquanto ela será feita através de parcerias com bancas especializadas em Quadrinho de cada região do Brasil. Estamos nos adaptando a esse novo processo, daqui para o segundo semestre de 2009, a gente já eséra ter resolvido esse problema, assim como assinaturas anuais.

Ao meu ver editoras como Conrad, HQM e Desiderata têm lançado ótimos álbuns de Quadrinhos produzidos no Brasil. O que você tem lido de Quadrinho Nacional?

Quase tudo, mandam muitas revistas para mim!

A Desiderata lançou recentemente os álbuns Menina Infinito, do Fábio Lyra, e O Cabeleira, de Allan Alex, Leandro Assis e Hiroshi Maeda; e a Conrad, Prontuário 666, de Samuel Casal. Conhece estes três? O que achou deles?

Conheço apenas Prontuário 666. Achei muito interessante, uma ótima temática! Um trabalho que vale ser visto e valorizado!

Como você vê essa produção de álbuns que tem como base à distribuição somente em livrarias e comics shops?

Na minha opinião o único prejudicado é o leitor. A questão da distribuição é algo complicado, ainda mais para os selos nacionais. O único meio de jogar revistas em todas as bancas do Brasil é tendo um público forte e sólido. Algo que pelo menos o Quadrinho Nacional tem conquistado a cada mês!   
                 
O que você acha do que está sendo produzido no meio independente?

Tem muita coisa boa, como em qualquer mercado de Quadrinho, tem bons e maus trabalhos. Mas ao meu ver estamos indo pra um caminho certo, é inevitável não dizer que esse mercado de HQB existe e ganha força a cada dia!

Você pensa em firmar alguma parceria com o Quarto Mundo?

Ainda não paramos para conversar sobre parcerias (de ambas as partes). Mas se rolar alguma, por mim tudo bem! O importante é contribuir com as HQs nacionais de alguma forma, e já que a D.T.C. Comics se tornou uma gráfica/editora, esse será meu meio de ajudar, fazendo bons preços para a galera que quer produzir, independentemente de quem seja!

Quais suas expectativas, de um modo geral, para o ano de 2009?

Muito positiva. Nunca estive tão empolgado com meus projetos em geral. Hoje eu tenho como produzir meu material de forma regular e contribuir com o crescimento do Quadrinho Nacional. O público está presente e pedindo novos títulos, e isso me deixa muito feliz. Acabo vendo que estou no caminho certo!

Obrigado pela entrevista, Diogo. Desejo sucesso para todos os seus projetos!

Eu que agradeço, não só por abrir esse espaço para falarmos sobre a D.T.C. e suas conquistas. Mas por sempre contribuir divulgando o nosso material nacional. Vinda longa a D.T.C., ao site Bigorna e a todos os Quadrinhos nacionais!

O Bigorna.net agradece a Diogo T.C. pela entrevista concedida por e-mail e concluída em 8 de dezembro de 2008

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