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Resenha: Jogos de Poder - Vol. 1
Por Cadorno Teles
10/10/2008

Jogos de Poder (Queen & Country, 128 págs., formato 16,5 x 24 cm, R$ 26,00), de Greg Rucka, que acaba de chegar ao Brasil, pelo selo da Devir, é uma graphic novel adulta, não só por possuir conteúdo impróprio para menores de 21 anos, mas porque o enredo não envolve os clichês, nem os conhecidos super-heróis, nem fantasia ou tampouco magia. Mas por seguir um lado muito mais realista e atual do que outras graphics do gênero, onde a ação hollywoodiana é entremeada com o retrato cruel das relações internacionais e a tensão das operações secretas. Inspirada na série da TV britânica The sandbaggers (1978-1980), criada e escrita por Ian Mackintosh, a série ganhou o Prêmio Eisner 2002 de Melhor Nova Série, e apresenta Tara Chase, que já apareceu em Whiteout – Morte no Gelo (Devir, 2007).

O Secret Intelligence Service, ou SIS, com sede em Londres, é um aparentemente MI-6, fretado para operações no exterior, inclusive levar a cabo assassinatos, contudo seus agentes, conhecidos na agência como guardiões, não estão autorizados a se armarem, mesmo em casa. Tara, o guardião número 2, é seu melhor atirador e a história deste primeiro volume, Operação: Terreno Partido (Operation Broken Ground) abre com ela envolvida numa operação especial não-autorizada em Kosovo: matar um militar que compra armas e drogas para a máfia russa, a pedido da CIA, a Agência Central de Inteligência norte-americana. Com sucesso, a jovem agente retorna a Londres para descobrir que a organização criminosa colocou sua cabeça a prêmio. E descobre de forma trágica, após um atentado terrorista atingir a sede da agência. Paul Crocker, diretor de operações especiais, decide vingança contra os autores do atentado, enquanto o outro diretor, David Kinney, das operações restritas ao território, quer vê-los capturados e julgados. Assim a trama se complica mais ainda, e somos apresentados a um mundo sinistro, onde acordos são feitos e a morte trilha seu caminho para que alguns poucos consigam mais poder.

O argumento de Rucka segue a personalidade de cada personagem e as regras do jogo em um mundo diferente do que conhecemos: o das agências de inteligência, dos 007s e arapongas, executores na sombra das decisões controversas dos governos aos quais representam. Rucka quebra a idéia errada que o James Bond de Ian Fleming deixou, dando uma crua e violenta imagem, muito mais realista daquela que conhecemos. Desenvolve assim uma história bem coerente, que se encaixa do início ao fim. A arte deste primeiro volume, em P&B, é de Steve Rolston, que segue a linha da ênfase da expressão facial e da linguagem corporal, que se encaixa perfeitamente no estilo talky da história. Simples e sóbrios desenhos, sem muito apelo descritivo.

Uma série aclamada que finalmente chega ao nosso país, em edição como sempre caprichada da Devir, com um preço bem brando, e anexos uma bela introdução de Warren Ellis, roteirista recente do Homem de Ferro, as artes de abertura de capítulos de Tim Sale e uma história curta de Stan Sakai. Aguardemos os próximos volumes.

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