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Daniel Day-Lewis abre disputa pelo Urso de Ouro 2008
Por Ruy Jobim Neto
11/02/2008

Daniel Day-Lewis em cena de Sangue Negro

O filme Sangue Negro (There Will be Blood), de Paul Thomas Anderson, foi o centro das atenções no primeiro dia do 58º Festival de Cinema Berlim, com um brilhante Daniel Day-Lewis encarnando a maldade do capitalismo e outras questões polêmicas. Anderson, Urso de Ouro por Magnólia em 2000, mostrou que tem um senso de humor afiado. "Certamente esperamos ganhar todos os Oscars, inclusive aqueles aos quais não estamos concorrendo", disse o diretor, brincando com suas oito indicações ao prêmio. Sangue Negro, principal concorrente de Onde os Fracos Não Têm Vez, dos irmãos Cohen, na disputa pelo Oscar, também não preza muito pela modéstia. Daniel Day-Lewis tem uma ótima atuação e dá vida ao homem que quase morreu perfurando poços de petróleo e que não se interessa pela integridade alheia.

"Às vezes é difícil, mas com Anderson cada um acaba encontrando o caminho para explicar o que quer", disse o ator. "Fazer um filme é como perfurar um poço de petróleo. Não se sabe se sairá algo, mas continuamos a perfurar, como se a vida fosse isso", afirmou o diretor. Sangue Negro reflete um capitalismo petrolífero cujo único princípio é o de iludir o homem do campo e comprar sua terra a um preço muito baixo para poder extrair a matéria-prima. Segundo o filme, o negócio funciona sob absoluta falta de escrúpulos e cresce como se fosse um pacto com o diabo. O fanatismo religioso é encarnado no filme pela Igreja da Terceira Revelação. O filme de Anderson conta com uma grande atuação de Day-Lewis, velho conhecido do Festival de Berlim - que em 1993 ganhou o Urso de Ouro por Em Nome do Pai, de Jim Sheridan.

Sangue Negro e Day-Lewis foram os principais acontecimentos do primeiro dia da competição de Berlim, que começou na última quinta-feira (7) com a exibição do documentário sobre os Rolling Stones Shine a Light, fora de concurso. Outros filmes que concorrem ao Urso de Ouro já exibidos são Zou You (In Love We Trust, em inglês), do chinês Wang Xiaoshuai, trata do dilema de um casal que se separou há anos, mas que agora se vê na missão de gerar um novo bebê para ser um doador compatível com sua filha doente. A produção finlandesa Musta Jää (Black Ice), de Petri Kotwica, deixou a sensação de que, com exceção da escolha de duas boas atrizes - Outi Mäenpää e Ria Kataja -, o filme não reunia os requisitos para participar de um festival internacional, muito menos de competir. O fio condutor da história é um triângulo amoroso sem grandes mistérios que acaba caindo no grotesco, como se o roteirista realmente fosse improvisando antes de se decidir pelo ponto final. (com agência Efe, em Berlim)

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