NewsLetter:
 
Pesquisa:

Cuidado onde pisa! (Parte 3)
Por Dark Marcos
08/05/2011

Seguindo o padrão de inimigos da época (início da década de 60, em plena Guerra Fria), o herói enfrenta diversas ameaças originadas entre os "comunistas vermelhos".  E, aqui, não se trata de uma "alusão" ao comunismo. A situação era clara, para não dizer escancarada. Ficam explícitos lugares, símbolos e siglas pertencentes a então Cortina de Ferro. A primeira vez que o diminuto herói usa suas novas capacidades, é para livrar os assistentes de seu laboratório de comunistas que invadem o local para roubar os experimentos. Para se ter uma idéia do quanto era óbvio a inimizade com os comunistas, já na segunda aventura como super-herói, Pym enfrenta um espião russo conhecido como Camarada X.

As aventuras do herói seguem um padrão que muito se assemelha ao desenho animado Scooby-Doo. Ou seja, toda e qualquer ameaça surge na forma de um grande vilão e esse é desmascarado no final de cada história, podendo ser qualquer personagem coadjuvante que dela participou. Há, inclusive, o “desmascaramento” literal do vilão no final, que sempre se utiliza de máscaras de borracha, transmissores de voz que disfarçam a própria e exoesqueletos que dão a impressão de serem maiores do que são. Até mesmo poderes ou armas especiais utilizados pelos vilões são mostradas como meros truques para enganar suas vítimas. Caso do vilão Protetor, que ameaçava suas vítimas em caso do não pagamento de sua proteção especial (tal qual um gângster) utilizando uma pistola que reduzia jóias ou objetos a pó. No final da história é mostrado que tal fantástica arma nada mais era do que uma espécie de aspirador de pó reverso, que lançava pó nos objetos e os sugava, dando a impressão de terem sumido ou se tornado o pó que foi lançado.

Pym não se esforça muito para manter uma identidade secreta. Porém, devido a seu tamanho, poucos ligam o herói ao cientista, pelo menos não explicitamente. Também não é mostrado como ele se torna um herói público, já que até mesmo a polícia conta com sua ajuda em certas ocasiões, esperando até mesmo a resolução dos problemas que fogem da rotina criminal.

A moral da história, comum no conto de ficção onde Hank Pym surgiu, ainda o seguiria em algumas histórias. O vilão Cabeça de Ovo, assim chamado por ser careca e ter a cabeça caricaturalmente ovalada, espécie de arquiinimigo do herói que utiliza seu conhecimento como cientista (louco) para descobrir a forma de comunicação dar formigas, tenta dominar os animais e virá-los contra o herói, alegando a elas (através de um comunicador de formigas que criou) que o Homem Formiga as escraviza (alguma associação defensora das formigas deve ter reclamado para a Marvel para que essa história surgisse...). No final, o vilão é derrotado e as formigas não traem o Homem-Formiga. Este explica que as formigas nunca o trairiam, pois elas não se consideram escravizadas, mas sentem-se como parceiras na luta contra o crime. Ao contrário da raça humana, as formigas trabalham em conjunto, unidas, e desconhecem o sentimento de traição. Idéias malucas que fizeram as primeiras histórias desse herói serem tão divertidas. Porém, essa mesma maluquice não permitiu que seu sucesso fosse tão duradouro quanto outros personagens Marvel originados nos anos seguintes, relegando o Homem-Formiga, esse personagem que mais parece uma sátira de super-herói, a condição de personagem secundário.

Quem Somos | Publicidade | Fale Conosco
Copyright © 2005-2024 - Bigorna.net - Todos os direitos reservados
CMS por Projetos Web