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Teatro: Cartas de Amor reinaugura o Teatro Delivery em São Paulo (SP)
Por Ruy Jobim Neto
03/04/2009

O diretor Edmilson Cordeiro
(à dir., sentado à frente) e seu elenco de Cartas de Amor

O divertido, singelo e comovente espetáculo Cartas de Amor é exibido onde existir um sofá. Na realidade, é mais do que isso. Diz a sinopse da peça: "Escreva uma carta de amor, seja ela real ou fictícia. Agora, imagine-se sendo a pessoa que recebeu esta carta, e escreva uma resposta ao remetente. Ao fazer-se este exercício, dois personagens e uma situação são naturalmente criados". Sob a coordenação do ator e diretor Edmilson Cordeiro (de A Casa e Vesperais nas Janelas), os atores Flávia Moraes, Jefferson Labatte, Luci Braga, Márcia Nishitani e Roberto Borenstein mergulharam neste processo e criaram cenas envolvendo pessoas apaixonadas.

Estas cenas poderiam estar acontecendo em qualquer sala de estar, em qualquer bairro, em qualquer casa ou apartamento. Dessa forma, como que olhando através do buraco da fechadura, o espectador assistirá em Cartas de Amor a cenas que poderiam estar acontecendo bem próximo a nós. Talvez na casa em frente. Ou no apartamento ao lado. Ou no de cima. Quem sabe até, no seu próprio. Repleto de diversas músicas e referências a Chico Buarque, Carlos Drummond de Andrade, canções de Maria Bethânia (como Detalhes, de Roberto e Erasmo Carlos, mas na voz dela) e muitas outras, o espetáculo mescla humor e drama, o ridículo e o belo das paixões, o patético e o sublime.

O ator Roberto Borenstein: evocações a mulheres com profissões

Há cenas, como por exemplo a de Jefferson Labatte, em que o real e o irreal se confundem, a mulher ideal o confunde até que a realidade seja mostrada. Há uma bela cena com a neta (Luci Braga) e a avó (Márcia Nishitani) em que passado e presente são confrontados. A música de fundo é Ave Maria, de Bach e Gounod. Roberto Borenstein fala de como seu personagem conheceu a idílica Vânia e de como ela transparece na Natureza, sob as mais diversas formas. Em dado momento, ele solta: "o universo veio tomar um café comigo". Poesia e prosa. Com amor. Em meio aos momentos líricos e dramáticos, Flávia Moraes entra com sua Ana, falando de um determinado Zé, compelindo a platéia a deliciosas risadas. Flávia costura as cenas, alinhava com bom humor.

Perto do final, ou do coração selvagem, como diria Clarice Lispector, outro momento sublime. Márcia Nishitani evoca um balé particular para expressar, entre fala e ação corporal, a emoção de sua personagem. É dela a frase "O amor é uma nota aguda que o coração canta", e ela vai expressando os graves e os agudos com extrema sensibilidade. Dá vontade de aplaudir em cena aberta. Enfim, é o novísismo Teatro Delivery, uma retomada do chamado Teatro a Domicílio, que era feito com fervor no início dos anos 90, em São Paulo. o grupo é formado por pessoas das mais diversas áreas, de Engenharia a Direito e por aí vai. Cartas de Amor é apresentado, assim, em salas de casas, apartamentos, para que platéias fiquem bem aconchegadas e se sintam realmente em casa. Ou no teatro. Eles agendam o espetáculo por telefone com Roberto Borenstein: (11) 3222-3431 e (11) 9863-8154 ou pelo e-mail: borenrob@terra.com.br.

Serviço
Cartas de Amor
Gênero: Teatro Delivery
Direção: Edmilson Cordeiro
Com: Flavia Moraes, Jefferson Labatte, Luci Braga, Márcia Nishitani e Roberto Borenstein
Duração: 60 minutos
Onde: no local de sua preferência

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