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Anima Mundi 2007: sábado animado! (SP)
Por Jozz
16/07/2007

O sábado (14) mal tinha começado e o Anima Mundi já estava lotado! A sessão das 12h, na sala 1, estava cheia e apresentou o Curtas 17. Começou com Zudusi Sniega, curta da Letônia e Suécia, feito em acetato. Denso e bem desenhado, com bebidas fortes e muito gelo. Depois, uma seqüência de três ótimas animações, mas bem diferentes entre si. A primeira é L’homme qui attendatt, ou O homem que esperava, canadense em 2D, inspirado em uma parábola de Kafka. Traços nervosos mantêm uma tensão absurda e existencialista durante todo o filme. Em seguida, vem o brasileiro Disputa entre o diabo e o padre pela posse do cênter-fór na festa do santo mendigo. Um desenho animado com história bem regionalista e traço ora limpo ora cordel. E então, chega o Suíço Botteoubateau. Tinta sobre papel e computador 2D. Roteiro simples e divertido envolvendo pescadores, piratas e um monstro marinho, com boas soluções visuais.

Entre as diversas oficinas e palestras oferecidas no evento, haviam algumas direcionadas aos animadores profissionais. Uma delas foi a de animação em pintura sobre vidro, com Martine Chartrand, animadora canadense. Para se ter uma idéia, ela integrou o National Film Board do Canadá, e depois foi pra Rússia estagiar com Alexandre Petrov, considerado o gênio da animação nesta técnica. Petrov foi premiado no Anima Mundi do Rio com seu curta Moya Lyubov, comentado aqui no primeiro dia. Martine, extremamente simpática, mostrou seus vídeos, demonstrou como trabalha e abriu espaço para a platéia experimentar. Veja mais algumas fotos do Anima Mundi 2007 nos links a seguir (outras fotos aqui e aqui).

13 - Público saindo de mais uma sessão
14 - Loja do Anima Mundi
15 - Marcos Magalhães e Martine Chartrand
16 - Martine Chartrand animando pintura sobre vidro
17 - Martine Chartrand animando pintura sobre vidro 2
18 - Zootropio
19 - Zootropio 2

Um dos longas-metragens exibidos no Anima Mundi 2007 foi Fimfárum 2, da República Tcheca, dirigido a quatro mãos: Jan Balej, Vlasta Pospisilova, Aurel Klimt e Bretislav Pojar. O filme é uma animação de bonecos de uma hora e meia. Na verdade, são quatro pequenas histórias, afinal, Fimfárum é o nome de um livro de fábulas sobre a fragilidade e virtude humana. Então, o longa é amarrado mostrando o livro sendo folheado, passando por cada conto. Há também algumas inserções de animação 2D. Às 19h30 ocorreu o Papo Animado com Alê Abreu, diretor do longa-metragem Garoto Cósmico. Alê apresentou seus três curtas, entre eles, O Passo, recém saído do forno e que já foi selecionado para participar do Festival de Cinema de Gramado. Exibiu também algumas publicidades que fez ao longo da carreira, e por fim, o making of e clipes musicais de Garoto Cósmico.

Pra terminar o proveitoso dia, às 23h foi exibido o Curtas 16. Começou com o hilário Chez Madame Poule, do Canadá. Lápis sobre papel, e uma solução gráfica muito boa. Mostra os desentendimentos de uma galinha e seus pintinhos. Outro filme em lápis sobre papel muito bom foi russo Ribak I Ego Dusha. Talvez seja um pouco longo, mas não deixa de ser uma bela animação baseada em um conto de Oscar Wilde. O curta Sébastian também agrada. Feito em computador 2D, do conhecido estúdio francês Lês Gobelins. A estilização dos personagens é muito interessante. Sébastian constrói um avião de papel no trabalho e tenta compartilhar a brincadeira com os colegas. A princípio, tiram sarro dele. Mas, minutos depois, cai um aviãozinho sobre sua mesa.

Todos na sessão aguardavam para conferir o brasileiro Juro que vi: Matinta Perera. Mais um episódio da série Juro que vi, premiada no Brasil e no exterior, que revisita lendas nacionais pelo olhar de crianças de escolas da Prefeitura do Rio. Matinta Perera foi dirigido por Humberto Avelar e produzido por Regina de Assis. O filme é lindo, cenários incríveis com hachuras e aquarelas, e em um primeiro olhar queremos logo premiá-lo. Mas depois alguns detalhes aparecem, como por exemplo, o estilo de animação Disney. É claro que isto é uma escolha do diretor, mas se o filme foi feito para brasileiros, por que assimilar uma linguagem estrangeira? Talvez para torná-lo mais universal, o que não deixa de ser válido ainda levando em consideração a tal escolha. Mas a música também fica deslocada. Na verdade, ela é maravilhosa, e de qualquer modo, funcionou, afinal, o filme está bom. Mas ainda assim: se é um filme nacional, para brasileiros, sobre lendas regionais, por que uma música orquestrada e não instrumentos da nossa terra, com nossa cara?

(fotos: Jozz)

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