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Resenha: Cometa #1 a 6
Por Eloyr Pacheco
21/03/2007

Capas das revistas Cometa #1, 2 e 3


O personagem Cometa, criado pelo catarinense Samicler Gonçalves em 1985, teve suas primeiras História em Quadrinhos produzidas em 1997. Por isso alguns podem estranhar a mudança de estilo nos seis primeiros números lançados até o momento. Samicler, inteligentemente, se aproveita (no bom sentido) de um concurso que premiaria os ganhadores com a publicação de três páginas cada um na edição #5 de Cometa. Uma forma que encontrou para abrir espaço para novos talentos e, talvez, inconscientemente, amenizar o impacto visual causado na mudança do estilo, aliás, algo que não chega a incomodar (lembro-me quando da mudança de Steve Ditko para John Romita Sr. em Homem-Aranha. Isso, sim, foi mudança drástica de estilo). O concurso foi lançado na edição #3 e teve seu resultado publicado na edição #4. Os ganhadores foram Rafael Lanhellas dos Santos, de Belém-PA; Adriano Silva, de Chapecó-SC, e Edu Manzano (hoje publicando pela SM Editora), de São Paulo-SP. Isso acaba por causar um efeito ainda maior na diferença de estilos, mas mostra que o personagem não é de apenas um desenhista e pode ser explorado por outros artistas e acaba por diminuir o impacto na mudança (natural) de estilo – neste caso decorrente do tempo de produção – ao ter suas histórias antigas esgotadas e novas sendo produzidas.

Nas primeiras três edições o interesse pelo personagem e suas aventuras pode ser pequeno, mas, sem muito esforço, o leitor passa a ser envolvido pelos ganchos que vão sendo deixados aqui e ali e com as referências de lutas e histórias anteriores que ainda não foram contadas. Como é a menção no terceiro recordatório da página 3 da primeira edição: “Tá certo que eu fui achado bebê e me usaram como cobaia para experimentos...”, diz o Cometa. E, também, como a fala do personagem no último quadro da página 18 da edição #2: “Lâmina? Eu pensei que havia cuidado de você dois meses atrás!”. Subconscientemente o leitor procura (e deseja) respostas. Até mesmo a saga De Volta ao L(W)ar, que pode parecer se iniciar de forma precipitada na edição #3 e que leva o Cometa para o seu planeta natal - onde terá que lutar para que sua mãe não perca o trono para sua irmã maligna -, coloca o leitor numa posição surpreendente: “estou conhecendo o mundo dele antes mesmo de saber quem é ele?!”, pode pensar o leitor. Bem, tudo isso serve para segurar o leitor, que, às vezes, tem de esperar meses por uma nova edição, algo comum numa publicação independente sem patrocínio fixo.

Capas das revistas Cometa #4, 5 e 6

A grande sacada ocorre quando termina na edição #5 a saga De Volta ao L(W)ar – até aqui com a colaboração de Fabio Schebella no roteiro – e achamos que o personagem continuará sua “vidinha” de salvador do mundo aqui no planeta Terra. É aí que entra o nacionalismo e Samicler arregaça as mangas para colocar ao lado do Cometa na edição #6 – com roteiro assinado por Alexandre Lobão – personagens criados por grandes quadrinhistas brasileiros e muito conhecidos do público: o Escorpião, de Rodolfo Zalla; o Raio Negro, de Gedeone Malagola, e Nova, de Emir Ribeiro. Ter essas personagens em uma revista impressa com qualidade e com circulação satisfatória pelo correio e à venda em lojas especializadas em Quadrinhos é algo que merece ser destacado e que pode abrir os olhos de muitos editores, não foi à toa que o burburinho nos blogs e fotologs de quadrinhistas foi grande. Sem perder tempo, Samicler escalou o Crânio, de Francinildo Sena, e o Lagarto Negro, de Gabriel Rocha, para estarem na edição #7 e o Bucha, de Samuel Bono, e o Topman, de Lorde Lobo, para co-estrelarem a edição #8, que muitos aguardam com ansiedade. Pelo trabalho realizado na edição #6 vai valer a pena esperar. Não foi por menos que votei na Cometa como Melhor Gibi Nacional na Mundo dos Super-Heróis #3.

A revista Cometa, publicada pelo selo SG Arte Visual, é impressa em cores no formato americano (17 x 26 cm), tem 32 páginas, sendo 28 de miolo. A edição #1 (no expediente, datada como lançada em abril de 2004) traz um caderno com sketchbooks de Samicler Gonçalves; a #2 (no expediente, [apenas] 2004) tem uma pin-up de Eddy Barrows; a #3 (março de 2005) uma de Clahito Cordova; a #4 (julho de 2005), de Sanderson Santos; a #5 (fevereiro de 2006), de Otoniel Oliveira Jr., e a #6 (outubro de 2006), de Rogério Puhl, além de uma seção com fichas dos personagens convidados, um registro importante. Para saber mais sobre a revista cometa visite o site de Samicler e, caso não a encontre em sua comic shop preferida, escreva para sgarte@sgarte.com.br. Cometa #6, a mais recente a ser lançada, custa R$ 5,50.

 Veja também:

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Super Cards com heróis nacionais

Cometa, Topman e Bucha juntos na Cometa #8

Lançamento: Cometa #5

Divulgado o estudo da capa de Cometa #6

Raio Negro e Cometa na Wizard #27

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