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Entrevista: Rod Reis
Por Eloyr Pacheco
21/11/2008

Rodrigo Reis, ou simplesmente Rod Reis (acho que ele já assinou Rod Kings, pelo menos uma vez!), é um cara muito legal. Sempre descontraído e à vontade, mas um grande profissional: sempre atento e atencioso. Atualmente, depois de passar por títulos como Superman, ele é o responsável pelas cores da revista dos Novos Titãs, da DC Comics. Nesta entrevista ele fala sobre seu início de carreira, seus coloristas preferidos e seu dia-a-dia.

Essa eu faço pra todo mundo: como surgiu seu interesse por Quadrinhos?

Acho que a vida toda eu tive interesse em Quadrinhos, desde criança eu desenho e leio Quadrinhos, mas nunca pensei que trabalharia com isso.

Conheci você no estúdio do Alexandre Jubram, em São Paulo, foi em 1997, não é mesmo? Quem mais era daquela turma?

Sim e foi nessa época que eu conheci praticamente todo mundo. Primeiro foi o Alex Sunder que dava aula de desenho e me chamou para trabalhar com ele e a partir daí conheci o Jubran, depois o Sam Hart, Art&Comics, Fábrica de Quadrinhos, etc... Foi nessa época que fiz o maior número de contatos.

A revista do Alex Sunder era a Godless, não é mesmo? Eu gostava muito daquele projeto, mas não decolou, não é mesmo?!

Na realidade, como iniciativa de publicação nacional era muito boa, mas como ela era um reflexo da era Image, ela tinha um roteiro meio fraco. A proposta dela era ser isso, desenho mais importante que o texto, mas muita coisa nos EUA era assim nos 90's.

Naquela época você desenhava, não é? Como foi que você partiu para a colorização?

Eu comecei a fazer o curso de desenho com o Alex Sunder e ele me chamou pra fazer arte-final da revista que ele estava desenhando e o Jubran era o colorista. Depois disso eu fui me interessando por colorização e procurando aprender mais e depois do primeiro trabalho com cor foram surgindo mais e isso acabou virando meu trabalho.

Acho que perdemos um bom desenhista, mas ganhamos um ótimo colorista!

Haha, eu sou um colorista melhor que desenhista, por isso eu apostei nisso para ser meu ganha-pão.

E qual foi seu primeiro trabalho de cor?

Aqui no Brasil foi uma história que saiu na Metal Pesado e que você editou, né? Logo em seguida foi o Blue Fighter e depois Mortal Combat, ambas para a Trama que na época estava lançando um monte de coisa.

Eu perguntei só para ver se você negaria suas origens (risos). Então, eu havia visto seu trabalho no estúdio e, quando precisei, lembrei de você e o convidei. Foi a HQ Apenas um Contratempo, desenhada pelo Al Rio e publicada na Metal Pesado #4, em setembro de 1997.

Isso mesmo, haviam poucas pessoas que coloriam na época e eu tive a sorte de conhecer muita gente nessa época, o que me proporcionou a chance de participar de vários projetos legais como o da Metal Pesado.

Depois disso, na Metal Pesado #5 eu publiquei a HQ Imbecis Gostam de Vermelho, com roteiro do Caio Alexandre e arte e cor suas. Lembra disso?

Lembro sim, esse meu começo de carreira foi bem legal
 
E nos EUA?

Nos EUA foi a revista Dungeons & Dragons: Legend of Huma para a Dabel Brothers. Logo em seguida eu fui pra DC Comics colorir o Superman.

Como foi seu aprendizado, você é autodidata?

Eu já pintava um pouco com tinta e usava lápis de cor e outros materiais, então eu tive que aprender a usar o Photoshop sozinho e fui treinando olhando o que o pessoal dos EUA fazia e à medida que eu fui pegando mais trabalho eu fui progredindo e aprendendo mais. Eu nunca fiz curso de colorização porque na época não havia, eu tinha que correr atrás e aprender do meu jeito.

Acho que por mais que se faça cursos, o negócio é “fuçar” muito, não é mesmo?!

Cursos são muito importantes para se aprender a teoria e é legal a experiência de aprender artes em uma sala de aula com outras pessoas. Acho que quando você não tem condição de fazer um curso e tem que aprender fuçando, você dá mais valor ao aprendizado, você precisa ser muito mais esforçado e é um modo mais difícil de aprender.

Qual colorista é uma referência para você?

Tem vários: Laura Martin, Alex Sinclair, Justin Ponsor, Adi Granov. Todos eles trabalham com grandes revistas como X-Men, Superman, Thor, Liga da Justiça...

Como é sua rotina diária?

Eu acordo ao meio dia, almoço e sento na frente do computador. Começo vendo e-mail, Twitter, Orkut e depois trabalho até a madrugada. Claro que vou parando para descansar, comer e ficar com a minha namorada.

E seu contato com os editores? Como é feita a ponte entre você e a DC Comics, você tem algum contato com os desenhistas para saber se eles pensaram em algo sobre a cor?

Eu tenho contato direto com os editores através de e-mail e pessoalmente quando eu vou pra Comic Con. Quem faz a ponte entre mim e a DC é a Art&Comics que me agencia e corre atrás de trabalho para mim. Eu sempre procuro conversar com os desenhistas e isso é bem tranqüilo por que a maioria dos desenhistas que eu trabalho são brasileiros.

Os Novos Titãs, apesar dos altos e baixos nos roteiros, é um dos meus títulos preferidos! Como é para você pôr a mão em obras como Superman e Titãs?

No começo eu fiquei besta, achava que era a melhor coisa do mundo, mas com o tempo eu fui percebendo que era só mais um trabalho e eu tinha que fazer bem feito. Quando você faz parte do processo você deixa de ser fanboy pra virar profissional.

Valeu, Rodrigo. Desejo cada vez mais sucesso para você e parabéns pelo seu trabalho que admiro muito. Obrigado.

Valeu, Eloyr. Eu que agradeço a oportunidade e pra quem quiser acompanhar meu trabalho, entra no meu blog, lá eu posto trabalhos recentes, dou dicas para coloristas e um monte de coisas que eu acho bacana. Abração.

O Bigorna.net agradece a Rod Reis pela entrevista concedida por e-mail e finalizada no dia 21 de novembro de 2008

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