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Entrevista: Adriana Melo
Por Eloyr Pacheco*
01/06/2007

Adriana Melo é um grande talento e é pura agitação. Pelas suas respostas, pode-se perceber uma Adriana Melo agitada, franca e bastante entusiasmada com o que faz. Ao escrever as suas respostas, a quadrinhista grafou certas palavras e frases em letras maiúsculas e, algumas vezes, colocou uma carinha sorridente utilizando o recurso do programa de texto e, em outras, escreveu rs (abreviatura de riso), tentando assim passar suas emoções, optamos por manter assim as respostas para permitir essa cumplicidade com o leitor. Nesta entrevista, concedida por e-mail e respondida depois de um longo tempo devido à grande carga de trabalho que ela atualmente enfrenta, Adriana conta um pouco de como é ser profissional de Quadrinhos, suas influências e seus gostos. Confira.

Como surgiu seu interesse por Quadrinhos?

Bom, Quadrinhos sempre esteve presente na minha vida, desde muito pequena mesmo. Desde os sete anos eu dizia pra todo mundo, sem piscar, em resposta a famosa pergunta que toda criança ouve: (“O que você vai ser quando crescer?”) DESENHISTA DE HQ . Até meus dezesseis anos só me interessava por trabalhar em Quadrinhos infantis, mas depois que na escola técnica que freqüentava tive que fazer um trabalho sobre HQ de super-heróis, não consegui pensar em outra coisa.

Num mercado tão masculino, tanto comercialmente falando como também profissionalmente, como você é recebida no meio? Você já foi discriminada?

Não, nunca fui discriminada PELOS PROFISSIONAIS DO MEIO, editores, roteiristas, desenhistas, desde o princípio foram ultra-simpáticos, atenciosos comigo. Quando comecei (com exceção da Amanda Conner da Jan Duurscema), todas as outras desenhistas do mercado americano trabalhavam em revistas infantis tipo Barbie. Então aquele era o “padrão” que o mercado via as desenhistas em geral. E eu sempre amei dramaticidade, sombras, explosões, páginas cheias de detalhes... esse era o motivo do comentário bem-humorado que ouvi algumas vezes: “NOSSA, VOCÊ NÂO DESENHA COMO UMA MULHER!”. Ouvi essa frase algumas vezes, sempre com um sorriso e em tom de brincadeira, mas nunca ouvi algo pejorativo, grosseiro ou pouco caso dos profissionais.

No entanto costumo ouvir coisas desagradáveis de alguns fãs, desde que eu “sou uma tristeza para o feminismo, já que contribuo para a imagem de mulher-objeto” (por desenhar as garotas bonitas) até que “na verdade Adriana Melo não existe, é apenas uma jogada de marketing de algum cara pra chamar atenção sobre seu trabalho, se dizendo mulher” (SIM!!! SIM!!! JÁ LI ISSO NA INTERNET ALGUMAS VEZES!). Realmente, em fóruns e reviews de Quadrinhos se vê de tudo...

Qual foi seu primeiro trabalho com Quadrinhos?

A primeira coisa que fiz foi meia edição de Homem de Ferro, quando tinha dezoito anos. Era muito inexperiente, estava super-nervosa, então eu gostaria de queimar todas as edições na fogueira rs... Geralmente, quando termino uma edição não gosto de ficar olhando as páginas, pois vem aquela sensação “QUE DROGA QUE ISSO FICOU!!” rs

Quais as suas influências?

Adam Hughes (mestre!mestre!), Alan Davis (mestre!mestre!), Bryan Hitch (mestre!mestre!).

Como surgiu o convite para ilustrar Witchblade?

Eu já tinha trabalhado com Ron Marz em algumas edições de Star Wars para a Dark Horse, e ele sugeriu meu nome aos editores da revista .

Como está sendo a experiência de fazer o crossover do Justiceiro com a Witchblade e qual a sua opinião sobre os dois personagens?

Geralmente não gosto muito de crossovers, pois a maioria segue a linha de “dois-personagens-se-conhecem-destroem-a-cidade-e-terminam-amigos”, mas gostei MUITO do crossover da WB x Justiceiro por que o Ron fugiu disso. É uma história que segue mais os ideais de cada um e que mostra a forma com que Sara e o Justiceiro encaram a idéia de “combate ao crime”. Tem muito diálogo e foi um desafio tanto pra mim, quanto pra Anette Kwok colorista, pois 2/3 da história se passa em um único cenário, algo difícil pra se manter interessante por várias páginas. No entanto, fico muito, mas muito feliz em dizer que foi a primeira vez na vida que o fantasma de “ver as páginas e me arrepender” não passou por mim . É minha revista preferida, entre todas que já desenhei.

Que personagem você gostaria de assumir a arte?

X-MEN!!! ARGH!!! Meus personagens preferidos!!!

* Com a colaboração de Humberto Yashima

O Bigorna.net agradece a Adriana Melo pela entrevista, concedida em 24 de maio de 2007

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