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Os Dez Melhores Quadrinhos para Maurício Rett
Por Marcio Baraldi
05/12/2010

Ahhhh!...Dezembro chegou e já sinto aquele clima fraterno e comovente do Natal!!! Aproveitei meu 13º salário e coloquei uma porta nova na redação, de peroba macica, muito bem trancada com dez trincos, arame farpado e cerca elétrica, que é pra nenhum desassuntado nem chegar perto dela! Mas eis que de repente ouço um barulho na chaminé e vejo um gordinho descendo por ela! Será o Papai Noel, que já veio me trazer um merecido presente?!? Que nada!... Era o Maurício Rett, cartunista joseense (de São José dos Campos (SP), seus incultos!!!) que ao invés de presente, trouxe a lista dos seus dez gibis preferidos. Achei o gesto muito ousado e abusado, mas perdoei porque sua lista realmente era digna de elogios. Saquem só: Aragonés, MAD, Calvin e Haroldo, Laerte, Recruta Zero, Stan Lee e Steve Ditko, entre outros, ou seja só filezão! Mas a grande surpresa foi vê-lo prestar as devidas honras ao histórico gibi dos Trapalhões dos anos 80, da fase da editora Bloch, que era tão hilário quanto o programa da TV dessa época! Um humor escrachadíssimo e livre das frescuras do "politicamente correto" de hoje em dia, que transformou os programas de TV atuais e boa parte dos quadrinhos num pé no saco sem tamanho. E por falar em saco, deixa eu abrir essa porta cheia de trancas pra esse sujeito ir embora!...Xô, Maurício, xô!...


Os Dez Maiores Quadrinhos de Todos dos Tempos
Por Maurício Rett

1 – Groo, O ErranteSérgio Aragonés e Mark Evanier
“A Morte de Groo” foi a primeira história do bárbaro a chegar no Brasil, pela editora Abril, e uma grata surpresa, já que o selo “graphic novel” da editora geralmente trazia histórias mais sérias. Eu já era fã de Aragonés pelos cartuns da revista MAD, mas foi de encher os olhos ver um álbum inteiro desenhado por ele, com uma história longa e colorização caprichada! Quando a Abril lançou a revista mensal “Groo, O Errante”, comprei todas. Cada edição era uma festa, pois além das aventuras de Groo, haviam várias brincadeiras escondidas, como mensagens secretas e personalidades caricaturadas entre os personagens.

2 – MAD Vários autores
Quando eu ainda era criança e estava procurava algo diferente dos gibis infantis, a MAD foi a primeira revista em que coloquei as mãos. Sempre gostei de sátiras de cinema e TV, então achei incrível uma revista especializada nesses assuntos. Conhecendo melhor, vi que era ainda mais que isso. Fazendo também o humor de comportamento, contava com cartunistas talentosos como Mort Drucker, Al Jaffee, Don Martin e o já citado Sergio Aragonés. Editada no Brasil pelo Ota, conheci também seu trabalho e de outros excelentes desenhistas nacionais, como Carlos Chagas, Vilmar Rodrigues, Flávio, Ed e Tiburcio.

3 – Recruta Zero - Mort Walker
Uma de minhas principais influências no desenho! Gosto muito do traço simples e elegante de Mort Walker. Durante boa parte da minha infância eu desenhava sapatos imitando o estilo das botas dos recrutas. Mort Walker conseguia resultados engraçadíssimos graficamente. De imediato me lembro de uma tira em que o Zero está parado, sozinho, com as roupas todas esticadas para trás, até que alguém explica que aquilo era consequência dos berros dados pelo Sargento Tainha (risos)!...

4 – Batman - O Cavaleiro das Trevas Frank Miller
Mesmo querendo evitar os clichês, preciso citar esse “divisor de águas” do mundo dos quadrinhos! Na época em que foi lançado, embora eu já tivesse lido alguns gibis de super-heróis, não era um gênero que eu acompanhava assiduamente. A repercussão em cima da então nova abordagem sobre o homem-morcego me deixou curioso e resolvi “dar uma chance”. Não só li uma das melhores histórias do Batman já contadas como fui contagiado de vez pelo universo dos heróis. A partir daí passei a consumir várias novidades da DC e Marvel e a ter interesse pelas histórias clássicas, algumas das quais adquiri em sebos ou edições encadernadas.

5 – Lobo – O Último Czarniano - Alan Grant, Keith Giffen e Simon Bisley
Já acostumado a histórias mais violentas com os heróis, eu mal podia imaginar que ainda havia um ser tão insano, que atendia pelo nome de Lobo (ou “Maioral” em suas próprias palavras). Caçador de recompensas e dono de um tremendo ego, ele sempre cumpria os acordos, mas deixava um banho de sangue por onde passava. Mas em suas missões, essa violência toda era mostrada com igual quantidade de humor, pois as mortes eram absurdamente cômicas, sempre acompanhadas de trocadilhos ou xingamentos que só eram entendidos no idioma de Lobo.

6 – Homem-Aranha Stan Lee e Steve Ditko
Quando peguei gosto pelas histórias de heróis, comprei bastante coisa do Homem-Aranha, o qual se tornou meu favorito. Mas comecei a ler pelas histórias desenhadas por John Romita e Todd McFarlane. Gostava muito da arte deles e dos roteiros dessa época, mas queria conhecer melhor a fonte, mesmo sabendo de cor a origem de seus poderes e responsabilidades pelos desenhos animados e republicações da primeira história. Queria acompanhar o surgimento dos amigos e vilões. Aí busquei pelas primeiras histórias e passei a apreciar ainda mais o personagem, pois pude ver que sua humanidade e dificuldades na vida pessoal já estavam todas ali.

7 – Piratas do Tietê Laerte
Quase todo adolescente fã de quadrinhos lia “Chiclete com Banana”, e comigo não foi diferente. A estrela nessa revista era o Angeli, mas ela apresentou muitos artistas que também passei a admirar. Entre eles, o genial Laerte! Quando ele lançou sua revista “Piratas do Tietê”, teve a oportunidade de expandir aquele universo que começou com uma história na Chiclete, onde os piratas invadiam o Playcenter. Na sua revista própria, os piratas ganharam personalidade e um traço mais caprichado e cinematográfico. Eu perdia horas observando todos aqueles detalhes dos cenários, luzes e sombras. Além dos piratas, haviam ótimos cartuns com traços mais rápidos (porém certeiros), tiras do condomínio e histórias antológicas sem personagens fixos.

8 – Os Trapalhões (Editora Bloch)por vários autores
O programa dos Trapalhões era uma febre nas noites de domingo e sua versão em quadrinhos não deixava por menos em matéria de diversão. Embora eu também goste das revistas que vieram depois pela Abril, com o quarteto desenhado como criança, a fase que me marcou mais foi a da editora Bloch, em que eles continuavam adultos e com um traço mais escrachado. Esse gibi foi um belo exemplo do tempo em que o politicamente correto não dominava, mesmo se tratando de um produto sem restrições ao público infantil. Algumas sátiras difíceis de se imaginar hoje em dia eram o Mussum como a heroína “Nega Maravilha” ou o Didi como “He-Gay” (risos)!

9 – Calvin e Haroldo Bill Watterson
Apesar de seu autor ter encerrando as atividades, permanece como minha tira favorita. Me identifico bastante com Calvin, pois quando criança também deixava a imaginação correr solta e conseguia enxergar os mundos e situações que eu criava nas brincadeiras, quase como uma “realidade virtual”. E ler os quadrinhos é uma experiência maravilhosa, pela habilidade de Watterson em trabalhar a personalidade de seus personagens e desenhar expressões faciais incrivelmente engraçadas.

10 – Turma da MônicaMaurício de Sousa
Para encerrar, não poderia faltar a obra do meu “xará”! Afinal, das várias influências que tive, é a que as pessoas mais reconhecem no meu desenho. A turma sempre esteve presente na minha vida, e procuro estar por dentro das novidades ao mesmo tempo em mato as saudades revendo algumas de suas aventuras clássicas.

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