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Vencedores do BAFTA 2009 deixam o Oscar mais previsível ainda
Por Ruy Jobim Neto
09/02/2009

Slumdog Millionaire, o grande vencedor do Bafta 2009

Neste domingo, dia 8, saiu em Londres a lista dos vencedores dos prêmios da Academia Inglesa de Cinema, o Bafta (uma espécie de Oscar britânico) que, ao que tudo indica, privilegiou basicamente artistas europeus. O grande vencedor da noite inglesa foi, sem dúvida alguma, Slumdog Millionaire (Quem quer ser um Milionário?), de Danny Boyle (outro que venceu como diretor). Foi uma dica do que poderá ser a cerimônia do Oscar, dia 22, em Los Angeles. Vamos aos vencedores, trailers nos links e comentários logo abaixo.
 
Melhor Filme
SLUMDOG MILLIONAIRE (Quem quer ser um Milionário?), dirigido por Danny Boyle.
 
Comentário: Tudo pode acontecer em Los Angeles, até mesmo Slumdog vencer o Oscar de Melhor Filme, e os motivos não são porque os demais não são bons (principalmente seu concorrente mais acirrado, o líder de indicações deste ano, O Curioso Caso de Benjamin Button), mas por motivos políticos e comerciais (lê-se: OMC, Organização Mundial do Comércio e Bollywood [como se chama a indústria cinematográfica indiana sediada em Bombaim], pela aproximação de vários estúdios americanos, à frente Steven Spielberg, com produtores e distribuidores indianos, pois a Índia, é sabido, é o maior produtor cinematográfico mundial). Esse prêmio foi uma indicação do que pode vir por aí.
 
Prêmio Alexander Korda para Melhor Filme Britânico do Ano
MAN ON WIRE
 
Comentário: Entre os concorrentes estava o próprio Slumdog Millionaire (pasmem!), além do musical Mamma Mia! com Meryl Streep e grande elenco, além de Na Mira do Chefe (um cômico filme de ação). O que acontece aqui é que este documentário, Man on Wire vem para relembrar com algum carinho das torres gêmeas do World Trade Center, pois o tal "homem no fio" do título nada mais é do que um equilibrista que pretendeu atravessar de uma torre para outra. Ainda bem que ele chegou antes dos aviões da Al-Qaeda.
 
Melhor Ator
MICKEY ROURKE, por The Wrestler (O Lutador)
 
Comentário: poderíamos passar batidos por esse, sem apelar para comentário, mas ficam aqui duas notas: Rourke, por este papel, ganhou o Globo de Ouro e o prêmio da Screen Actors Guild (o sindicato americano dos atores), e parece mesmo que este ano ainda não será o de Brad Pitt. Vamos ver dia 22.
 
Melhor Atriz
KATE WINSLET, por O Leitor
 
Comentário: este filme já estreou por aqui, no Brasil, é possível ver, portanto, os dois trabalhos desta maravilhosa atriz britânica (O Leitor e Foi Apenas um Sonho), e o interessante é que ela concorreu consigo própria nesta mesma categoria, no Bafta. Pronto: aqui os britânicos deram o recado – premiaram a prata da casa. Isso significa que o dia 22 tem cara de Meryl Streep para Melhor Atriz (em Dúvida) - mas que Kate mereceria o Oscar, mereceria. Como diz o outro, só Meryl Streep pode tirar o Oscar de Winslet. Fiquemos de olho.
 
Melhor Ator Coadjuvante
HEATH LEDGER, por Batman – O Cavaleiro das Trevas
 
Comentário: com que vestido a esposa de Heath Ledger vai subir ao palco dia 22 para receber o Oscar pelo marido falecido?
 
Melhor Atriz Coadjuvante
PENÉLOPE CRUZ, por Vicky Cristina Barcelona
 
Comentário: Mais do que merecido, pois Penélope praticamente divide o filme de Woody Allen em dois: o que era ótimo ficou melhor ainda depois que ela entra. Muito bem, aqui é uma européia vencendo. É uma comédia. Isso pode dizer que, mesmo dentro das 15 indicações e 7 prêmios mundo afora que Penélope colheu pelo mesmíssimo papel da enlouquecida e divertida Maria Elena de Vicky Cristina, ela ainda assim pode ficar sem este Oscar em Hollywood, pois competindo com ela há duas atrizes do mesmo filme (Viola Davis e Amy Adams por Dúvida) e Marisa Tomei (em O Lutador). Penélope tem tudo pra ganhar o prêmio máximo do Cinema, sim, óbvio, mas vamos ver o que dizem os americanos, que têm habitualmente torcido o nariz para premiar comédias (embora o caso citado acima, de Jessica Lange em Tootsie disminta isso), e ainda mais para um filme de Woody Allen. Penélope está no páreo, e fortíssima, no dia 22.
 
Prêmio David Lean de Melhor Direção
DANNY BOYLE, por Slumdog Millionaire (Quem quer ser um Milionário?)
 
Comentário: nosso comentário fica para o nome do prêmio, homenageando um dos maiores diretores de todos os tempos, Sir David Lean, e ainda mais por ser britânico (nasceu em Croydon, a Sul de Londres) e que dirigiu obras-primas multipremiadas como Lawrence da Arábia, A Filha de Ryan, Passagem para a Índia (seu último filme), Doutor Zhivago, Brief Encounter e por aí vai, a lista é enorme. Um diretor que começou montando filmes e depois passou para trás das câmeras com a mesma maestria. Grande David Lean. Ah, sim, a lista de diretores no Oscar é praticamente a mesma e vale o raciocínio sobre OMC e Bollywood.
 
Melhor Roteiro Original
NA MIRA DO CHEFE, escrito por Martin McDonagh
 
Comentário: com exceção de Queime Depois de Ler e A Troca, que já estão em cartaz, somente um filme concorrente na categoria de Roteiro está em pré-estréia no Brasil, que é Milk, de Gus Van Sant. Vamos confiar nos ingleses. Em todo o caso, o roteiro dos irmãos Coen é muito bom (e é ao menos uma comédia bem maluca e deliciosa deles logo depois do maravilhoso serial killer de Javier Bardem e os Oscars de Onde os Fracos Não Tem Vez).
 
Melhor Roteiro Adaptado
SLUMDOG MILLIONAIRE (Quem quer ser um Milionário?), por Simon Beaufoy
 
Comentário: OMC e Bollywood à parte, parece mesmo que não vai sobrar quase nada para Benjamin Button. A não ser que Hollywood pense exatamente o contrário, afinal, são dois estúdios americanos por trás do filme estrelado por Brad Pitt. Vamos ver o que fala mais alto, se a bilheteria, o lobby ou a beleza do roteiro.
 
Melhor Direção de Fotografia
SLUMDOG MILLIONAIRE (Quem quer ser um Milionário?), por Anthony Dod Mantle
 
Comentário: os britânicos estão muito óbvios? Os outros concorrentes eram O Curioso Caso de Benjamin Button (Claudio Miranda), A Troca (Tom Stern), Batman – O Cavaleiro das Trevas (Wally Pfister) e O Leitor (o experiente Chris Menges e Roger Deakins).
 
Melhor Montagem
SLUMDOG MILLIONAIRE (Quem quer ser um Milionário?), montador: Chris Dickens
 
Comentário: sem comentário repetido, por favor.
 
Melhor Desenho de Arte
O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON, por Donald Graham Burt e Victor J. Zolfo.
 
Comentário: um Oscar ao mesmo tempo técnico e artístico. Eles chamam de Desenho de Produção (Production Design), que é mais do que simplesmente cenografia, é uma área bem mais abrangente, diz respeito ao clima do filme inteiro, sequência por sequência, etc. Bem, aqui vence o filme de David Fincher, mesmo em cima do Batman de Christopher Nolan. Em Foi Apenas Um Sonho, a experiente novaiorquina Kristi Zea concorreu nesta mesma categoria, concorrência esta que repete no Oscar. Alguém aposta? Benjamin Button é deslumbrante, mereceu.

Melhor Figurino
A DUQUESA, figurinos de Michael O'Connor
 
Comentário: mesmo com o experiente figurinista francês Albert Wolsky em Foi Apenas um Sonho e Jacqueline West por Benjamin Button, realmente o filme estrelado por Keira Knightley é imbatível neste quesito, vamos combinar.
 
Prêmio Anthony Asquith para Melhor Trilha Sonora
SLUMDOG MILLIONAIRE (Quem quer ser um Milionário?), por A.R. Rahman
 
Comentário: O multipremiado A.R. Rahman já ganhou todos os prêmios, papou um por um por esta trilha. Será mesmo muito boa, em seu conjunto? Ele bateu gigantes como Alexandre Desplat (Benjamin Button), James Newton-Howard e Hans Zimmer (por Batman – O Cavaleiro das Trevas) e Thomas Newman por WALL-E. Das duas uma, ou o Oscar vai ser uma lavada indiana ou o filme de Brad Pitt vai levar todas!
 
Melhor Maquiagem
O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON
 
Comentário: basta ver Brad Pitt remoçar no filme, desde os oitenta e tantos anos. Essa foi uma das óbvias. Por favor, Batman vencer em Maquiagem ia ser muita forçação de barra.
 
Melhor Som
SLUMDOG MILLIONAIRE (Quem quer ser um Milionário?)
 
Comentário: já falamos aqui, OMC e Bollywood, etc.
 
Melhores Efeitos Visuais
O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON
 
Comentário: afinal, recriar oitenta anos de História, entre Murmansk (na Rússia), a Segunda Guerra Mundial, a Primeira Guerra e Nova Orleans é mesmo um trabalho de fôlego. Fora Brad Pitt em sua maquiagem. Aqui estavam indicados os filmes de Spielberg (este mais recente e lamentável Indiana Jones), Chris Nolan (Batman) e o filme estrelado por Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) e Daniel Craig (Quantum of Solace). Dos quatro filmes de ação, venceu o azarão, que tem uma historinha de personagem mais real, embora absurdo.
 
Melhor Filme Estrangeiro (Língua Não-Inglesa)
IL Y A LONGTEMPS QUE JE T'AIME
 
Comentário: o filme pode ser traduzido livremente para Há Muito Tempo que Te Amo, é um filme francês com a inglesa Kristin Scott-Thomas (que mora em Paris desde a juventude e atua também, e muito, no Cinema local). Entre os outros filmes estavam também Persépolis (a mais ilógica de todas essas indicações, pela extemporaneidade, pois ele devia estar figurando ano passado na lista, e não neste, mas tudo bem, é uma obra-prima de desenho animado), e Gomorra (ainda bem que não ganhou, até, nada contra o filme, mas o tema, a Máfia). Ponto para Kristin Scott-Thomas, sempre linda.
 
Melhor Filme Animado
WALL-E
 
Comentário: o lobby da Disney/Pixar vai funcionar novamente em Hollywood? Alguém acredita em Papai Noel no Oscar? O detalhe é que Persépolis novamente concorria. Filme por filme, era mais a história vinda dos Quadrinhos de Marjane Satrapi.
 
Prêmio Estrela em Ascensão Laranja
NOEL CLARKE
 
Comentário: Rebecca Hall, a britânica linda e altona de Vicky Cristina Barcelona estava concorrendo nesta categoria. Algo como um prêmio Revelação. Sem comentário sobre o estranho nome do Prêmio (Orange Rising Star Award).
 
Prêmio Carl Foreman para Estreantes Promissores
STEVE McQUEEN
 
Comentário: Não se assustem, o astro homônimo de Papillon e A Grande Escapada não ressuscitou. Trata-se mesmo de um homônimo, um diretor e roteirista estreante, com seu filme Hunger, um drama sobre o IRA, o Exército Revolucionário Irlandês. Que bacana este prêmio, mesmo que premie homônimos que nos assustem, à primeira vista.
 
Melhor Curta de Animação
WALLACE AND GROMIT (A Matter of Loaf and Death)
 
Comentário: desnecessário dizer, os filmes da Aardman Animation são realmente ótimos, e eis mais uma aventura do amalucado Wallace e seu cachorro esperto, Gromit, dirigidos por Nick Park.
 
Melhor Curta (Ação ao Vivo)
SEPTEMBER
 
Comentário: A diretora e roteirista britânica Esther Campbell vence nesta categoria com um drama com duração de curta (quase média metragem) de 21 minutos, produzido por ela e por Stewart Le Marechal, tendo no elenco os atores Nicholas Aron e Tim Plester.

Prêmio à contribuição ao cinema britânico
ESTÚDIOS PINEWOOD

Comentário: Mais do que merecido. Os estúdios Pinewood foram a grande força do Cinema Britânico durante todos esses anos, mesmo depois que adquiriram os Shepperton Studios, que eram seus rivais. Trata-se do maior complexo cinematográfico inglês, fica a Oeste de Londres e é "a sede" dos filmes de 007 James Bond.

O grupo Monthy Python, com Terry Gilliam sendo o terceiro, da esquerda
para a direita, na fila de trás


Prêmio de Honra da Academia
TERRY GILLIAM

Comentário: Tão merecido quanto. Gilliam é um dos criadores do famoso grupo de seis comediantes Monthy Python, da TV britânica. Tal a fama e a genialidade deles, que a travessia da telinha para a telona foi natural. Gilliam, quando migrou para trás das câmeras, dirigiu alguns clássicos com alguns de seus colegas Eric Idle, John Cleese, Michael Palin, como por exemplo os belíssimos As Aventuras do Barão de Munchausen (com Robin Williams e Uma Thurman), Brazil - O Filme (com Robert De Niro) e mesmo Os Doze Macacos (com Bruce Willis e uma interpretação soberba de Brad Pitt).

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