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Lambiek
Por Bira Dantas
12/06/2008

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Pessoal, fiquei 17 dias na Europa. Eu e minha mulher, Cláudia, ficamos 5 dias em Paris, de lá fomos de carro até o Vale do Loire onde vimos Castelos maravilhosos. Ficamos hospedados em um hotelzinho muito legal em Mont Pres Chambord, Hotel de Saint Florent. Fomos de trem para Brugges, na Bélgica, de lá para Bruxelas, Amsterdam e Londres... Foi uma viagem de comemoração dos meus 20 anos de casado com a Cláudia, minha parceira de cama, mesa, banho, charge, cartum e HQ. Como não dava pra evitar, revisitamos museus fantásticos como o Louvre, British Museum, Cartoon Museum e o National Gallery e conhecer o Rijksmuseum, Center de Bande Dessiné e o Lambiek (do qual faço parte nos quase 10.000 verbetes de HQ e cartum, graças ao colega Ruy Jobim Neto).

No Lambiek combinei uma seção de autógrafos do Memórias de um Sargento de Milícias, Front e BiraZine, além de um almoço com o Kees e Klaas (eles adoram dobrar vogais), seção de fotos pro site e desenho no caderno de celebridades como Moebius, R. Crumb, entre outros... Lá estava eu e Cláudia, em Amsterdam, procurando a Lambiek. Com um mapa na mão, finalmente achamos:

Kerkstraat 132
Amsterdam 1017 GP
The Netherlands

A livraria de Quadrinhos mais simpática e antiga da Europa foi fundada em 1968 e é o primeiro e mais famoso antiquário de lá. Era lá que eu faria uma sessão de autógrafos de revistas como Bira Zine, Front (Ed. Via Lettera), Prismarte, Tiras de Letra na Casa da Vizinha, Fome de ver Estrelas (ambas da editora Virgo) e Memórias de um Sargento de Milícias (Escala Educacional).

Eles disponibilizam no site lambiek.net a “Comiclopedia”, um compêndio ilustrado com verbetes de A a Z, com quase 10.000 cartunistas, tiristas e quadrinhistas de todo o mundo. Inclusive eu... O dono da livraria, Kees, é um doce de pessoa, muito simpático. Conversei com ele sobre muitas coisas, que é doido por Quadrinhos e já conhecia a revista Front que lhe caíra nas mãos lá mesmo. E me segredou que a Lambiek lhe dá um bom prejuízo mensal, ou seja sua paixão pelos Quadrinhos faz com que ele desvie euros de outra fonte, para possibilitar que aquele sonho se mantenha aberto. A livraria é uma beleza. Kees me disse que os colecionadores em Amsterdan recorrem às compras virtuais pela Internet e ele tem tido cada vez menos compras na loja. Uma pena...

Mas o almoço que ele nos ofereceu foi uma delícia: salmão defumado com salada, croquetes de carne e cerveja belga. Na volta, desenhos, caricaturas de Kees, Klaas e Marcel, autógrafos para os poucos que apareceram. Surpresa: seu webmaster californiano, Rick Webb, estava tocando uma boa música brasileira como pano de fundo! Saquei da gaita e desandei a desafinar um choroso Carinhoso. Na Internet, além de exposições virtuais, eles mostram a história da HQ na Holanda, ricamente ilustrada. Segundo o site, os Quadrinhos sempre existiram na Holanda, da forma medieval centsprent aos textos em Quadrinhos, ou na moderna stripverhalen, as famosas “tiras”, como as conhecemos.

O começo – O período de 1800 é marcado pelo surgimento de muitas revistas e jornais satíricos. O mais famoso era Het Humoristisch Album, que lançou muitos ilustradores como Jan Linse e J. Holswilder. Em 1866, publicaram uma versão holandesa de Monsieur Cryptogame, originalmente feita pelo alemão Rudolf Töpffer (sem crédito). A versão da HQ holandesa era Meneer Spillebeen. Jan Linse é considerado o primeiro quadrinhista holandês.
1920-1940 – Entre as duas Grandes Guerras, a Holanda importou muitas revistas em Quadrinhos estrangeiras, o que fomentou fortemente a produção local.
1940-1945 – Com a ocupação da Holanda pelos alemães na Segunda Guerra, teve início a uma forte produção de Quadrinhos de propaganda ideológica.
1945-1950 – Após a Guerra, a falta de papel causou novo impacto, mas logo a HQ holandesa se recuperou.
1950-1967 – Com um crescente número de jornais, a indústria dos Quadrinhos floresce novamente. Os Comics americanos importados também influenciam a cena da HQ na Holanda.
1968-1980 – Sem surpresas, 1968 foi um ano revolucionário para os Quadrinhos, o que possibilitou o surgimento de muitas revistas underground nos anos 70.
1980 - Inspirados pelos Quadrinhos internacionais, os artistas holandeses alcançam um alto grau de profissionalismo.
Dias atuais – Uma nova geração de quadrinhistas surgiu na última década e despontam agora.

A ótima cobertura de Marko Ajdarić
Bira Dantas na gibiteria mais antiga da Europa
Enquanto juntamos essas letras, nosso amigo Bira Dantas está juntando as malas para uma viagem em que comemora 20 anos de casado. Exatamente nesta quinta de feriado, o Bira tá embarcando pra Europa.
Como não podia deixar de ser, ele não ia deixar de trabalhar um pouco (só um pouco, tá Bira?). Assim, no dia 31 de maio de 2008, vamos ter o encontro do nonoartista que mais dedica tempo para saber e repercutir a arte de seus colegas no Brasil com a equipe que mantem a maior central online de biografias de quadrinhistas no mundo: a Comiclopedia. Isso mesmo: Bira vai estar autografando na Lambiek, a gibiteria mais antiga da Europa, em plena Amsterdam. Esperamos que alguém tenha o tempo de registrar em fotos e os inveitáveis trocadilhos com o nome da simpática loja de muitos Quadrinhos.
No mais, nossos votos de uma feliz viagem ao Bira (não esquecede levar a gaita, amigo!)
Marko Ajdarić
Neorama dos Quadrinhos
A maior newsletter da Nona Arte do Mundo


Mais fotos do lançamento em Amsterdam
Brazilian cartoonist Bira Dantas did a book signing at Lambiek on Saturday, 31 May 2008. Many lucky visitors came by to meet the artist and his wife, while he drew caricatures, signed books, and even entertained us with his harmonica! Thanks for a lovely day. (clique aqui para ver as fotos)

E lá na Lambiek eu pude ver os originais da ótima arte de Marcel Ruijters da revista Inferno, indicado como melhor quadrinhista do VPRO Best Dutch Graphic Novel 2008.

De volta ao Brasil
De volta a São Paulo, encontrei o cartunista Junião, no aeroporto, ele todo preocupado em não perder de novo suas bagagens! E vinha de Amsterdam também! Só nos encontramos na esteira (rs)! Foi barra, admito... Fiquei meio fora do ar desde domingo, acordando às 6 da manhã, sonhando que estava perdido pelas ruas de Amsterdam, apresentando passaporte em fronteiras imaginárias... Na passagem pela alfândega, os 60 cm de livros e revistas de HQ causaram desconfiança na turma da receita, me fizeram abrir as 3 malas pesadas, conferiram até as caixinhas de chocolate, no final me deixaram passar (Ufa!)... Estou estranhando até a comida daqui, mas não tem jeito, né? Dobradinha e escondidinho de carne-seca não têm muito a ver com salmão defumado, salada grega, fish and chips, feijão com ketchup, ovo e linguiça no café da manhã, mas o que fazer? Encarar a realidade e tocar os projetos. E sonhar com Brugges, Bruxelas, Paris, Amsterdan e Londres de novo.

Quem sabe com os Festivais de Quadrinhos de Angouleme, Barcelona, Lisboa, Berlim? O Mário Latino, editor do ótimo jornal de Quadrinhos e Cartuns Graphiq, ligou aqui em casa no sábado e falou com a minha filha Thaís pra saber se tínhamos chegado. Ela, que todas as vezes que ligamos, foi forte e não chorou, quando ouviu a pergunta “se estava com saudade”, se desmanchou em lágrimas dizendo que sim... Cortou o coração do Mário, coitado! Mas fiquei todo orgulhoso da baixinha!

 Do mesmo Colunista:

Mau gosto em charge tem limite? Ou: que m&#%@ estas charges do Sponholz!

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